Mau presságio, ou constatação de mais do mesmo?

Fazendo uma viagem na cápsula do tempo viajo até 2004 e vem-me à memória a famosa metáfora de Pedro Santana Lopes em que comparou o seu governo a um bebé que está numa incubadora e a quem os irmãos mais velhos dão “uns estalos e uns pontapés”.

Regressando novamente a 2024, e tendo em conta a curta governação do executivo de Luís Montenegro com pouco mais de duas semanas, são demasiados já os casos, que me leva a pensar que este bebé não é agredido pelos irmãos mais velhos, mas sim um prematuro que se vai auto flagelando.

E comecemos logo pela polémica em torno do IRS, onde o XXIV governo constitucional, anunciou um choque fiscal, mas na realidade, tornou-se um “embuste”. Anunciaram uma redução de 1.500 milhões, que na verdade se vem a notar ser apenas uma redução de 200 milhões.

Continuando e prosseguindo assim com a estratégia fiscal do Governo anterior, tornando-se uma desilusão e  quebrando a confiança nos eleitores.

O ressurgimento dos casos, casinhos e demissões.

O anterior governo liderado pelo ex-primeiro ministro António Costa, foi pródigo em casos e casinhos e acima de tudo em demissões.

Em relação aos casos e foram muitos, por uma questão de poupar parágrafos, apenas relembro a vergonha que se passou no ministério das infraestruturas, sob a tutela do polémico João Galamba.

Relativamente às demissões é algo digno do famoso livro do Guiness, em apenas 16 meses, bateram o “singelo” recorde de demissões, foram treze, dois ministros e onze secretários de estado.

Nesta nova e precoce governação, fazem de tudo para não ficar atrás.

Patricia Dantas, não assume funções depois de ter sido convidada para adjunta do ministério das Finanças, “apenas” por ser suspeita de fraude na obtenção de fundos europeus.

Patricia Cerdeira, demitiu-se de assessora da Ministra da Justiça, estando menos de oito horas no cargo, depois de ter sido confrontada sobre publicações nas redes sociais, onde lançava críticas ao Ministério Público e à Polícia Judiciária, mostrando o seu apoio ao ex-primeiro ministro, António Costa.

Isto é começar com o pé esquerdo.

Será mau presságio ou constatação que este governo da AD é mais do mesmo?

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