Zelensky terminou em Lisboa périplo focado na ajuda militar e cimeira de paz

O Presidente ucraniano concluiu hoje em Lisboa um périplo, incluindo Madrid e Bruxelas, que rendeu acordos de cooperação militar plurianuais e apoio à sua "fórmula para a paz" e à Cimeira da Paz em junho.

Sitio da Presidência da Republica Portuguesa

Depois de Espanha, na segunda-feira, e de Bruxelas esta manhã, Zelensky chegou a Portugal pelas 14:50 para a sua primeira visita ao país, sendo recebido na base aérea de Figo Maduro pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro.

Também os ministros dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e da Defesa, Nuno Melo, aguardavam o chefe de Estado ucraniano, assim como o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, José Nunes da Fonseca, e o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, João Cartaxo Alves.

Ponto alto da visita foi a assinatura de um acordo de cooperação e segurança que prevê o compromisso de Portugal fornecer a Kiev apoio militar de pelo menos 126 milhões de euros este ano, incluindo contribuições financeiras e em espécie.

E acordo assinado em São Bento, entre Montenegro e Zelensky, tem um horizonte de dez anos e prevê que “Portugal contribuirá com apoio militar adicional para a Ucrânia, incluindo aquele a acordar no quadro da União Europeia, da NATO e de outros fora internacionais relevantes”.

A visita de Zelensky foi também uma maneira de recolher “confirmações” para a Conferência de Paz, organizada pela Suíça em 15 e 16 de junho, que já tem vários países confirmados, mas ainda não os Estados Unidos, e estando a Rússia à margem da mesma.

O Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, vai chefiar a delegação portuguesa à Cimeira da Paz que a Ucrânia está a organizar e que vai decorrer na Suíça em junho nos dias 15 e 16 e, em conferência de imprensa conjunta em São Bento, o primeiro-ministro salientou também a ação da rede diplomática nacional e do chefe de Estado para mobilizar países terceiros, sobretudo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), para a Cimeira da Paz na Suíça.

Zelensky, agradeceu o apoio português a Kiev contra a invasão russa e destacou a duração do acordo celebrado entre os dois países com a validade de dez anos como uma “parceria estratégia”.

Em declarações aos jornalistas após um encontro com o primeiro-ministro, Zelensky expressou gratidão pelo apoio do povo português aos ucranianos e suas famílias, afirmando que nunca será esquecido e constituirá “uma base forte para a futura relação” entre Portugal e a Ucrânia.

Depois de, na segunda-feira, o executivo de Pedro Sánchez anunciar um pacote de mil milhões de euros em armamento durante este ano, esta manhã Zelensky obteve do governo belga um compromisso de quase mil milhões de euros e 30 aviões de combate F-16, como horizonte de uma década, durante a guerra e na reconstrução.

Os caças disponibilizados pela Bélgica (que mesmo assim só podem ser utilizados em território ucraniano) são uma resposta às reivindicações feitas por Zelensky para atingir posições russas que a artilharia é incapaz.

O primeiro vai chegar ainda este ano, o resto, até 2028, anunciou Zelensky, que na Bélgica ainda visitou uma base aérea de F-16.

A vinda a Portugal e Espanha já havia sido adiada no início de maio devido aos avanços das tropas russas na região de Kharkiv (nordeste), onde ainda se sucedem ataques russos.

Enquanto Zelensky voava de Bruxelas para Lisboa, o Presidente russo, Vladimir Putin, ameaçava a Europa das “graves consequências” se os países da NATO permitirem que a Ucrânia utilize armas ocidentais contra alvos em território russo.

“Estes representantes dos países da NATO, especialmente na Europa, especialmente nos países pequenos, devem saber com o que estão a brincar”, afirmou Puti citado pela agência espanhola EFE numa conferência de imprensa no final de uma visita ao Uzbequistão.

“Devem lembrar-se que, regra geral, são Estados com territórios pequenos, mas densamente povoados”, ameaçou.

Últimas de Política Nacional

O Presidente do CHEGA manifestou-se esta quinta-feira "chocado" com o valor dos dois imóveis adquiridos pelo secretário-geral socialista, que estimou entre 1,3 e 1,4 milhões de euros, e exigiu saber se há fundos públicos na origem das aquisições.
O líder do CHEGA acusou o PCP de ser responsável por milhões de euros em despesa pública, apontando a criação de institutos, fundações, nomeações políticas e cargos autárquicos como principais causas.
O CHEGA lidera as intenções de voto na Área Metropolitana de Lisboa, com 28,8%, enquanto o PS e a AD perdem terreno, de acordo com a última sondagem da Aximage, para o Folha Nacional.
O IRS está a surpreender pela negativa. Muitos portugueses estão a receber menos e alguns até a pagar. André Ventura fala em “fraude” e acusa Montenegro de ter traído a promessa de baixar impostos.
O Ministério Público (MP) abriu uma averiguação preventiva no qual é visado o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, confirmou à Lusa a Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Se eu tenho uma má compreensão da Economia, deem-me uma oportunidade, porque o homem que está à minha frente destruiu a Economia”, afirmou André Ventura, que acusou Pedro Nuno Santos de ter sido responsável por “arruinar a TAP, a ferrovia e a CP”, apontando o dedo à gestão feita durante a sua passagem pelo Governo.
O líder parlamentar do CHEGA anunciou esta terça-feira que, na próxima legislatura, o seu partido vai apresentar uma proposta de comissão parlamentar de inquérito sobre os dados do Relatório de Segurança Interna (RASI), considerando que estão errados.
Luís Montenegro ocultou do Tribunal Constitucional (TC) três contas à ordem em 2022 e 2023, contrariando a lei n.º 52/2019.
O partido mantém-se em terceiro lugar, mas volta a subir nas sondagens, ultrapassando pela segunda vez a fasquia dos 20% e ficando agora a apenas oito pontos percentuais do partido mais votado.
Já são conhecidas as listas de candidatos a deputados do partido CHEGA para as próximas legislativas. Entre as alterações anunciadas, destaca-se a escolha de Pedro Frazão para encabeçar a candidatura em Aveiro — círculo onde irão concorrer também os líderes do PSD e do PS. O Presidente do partido, André Ventura, voltará a liderar a candidatura por Lisboa.