“O CHEGA não quer mais conversa, isso fica para os socialistas”

O presidente do CHEGA, André Ventura, afirmou hoje que o seu partido "não quer mais conversa" com o Governo, remetendo eventuais negociações para o PS, mas sem afastar uma eventual viabilização do próximo Orçamento do Estado.

© Folha Nacional

À margem da visita a uma associação de defesa dos animais em Barcarena (concelho de Oeiras e distrito de Lisboa), André Ventura foi questionado sobre as declarações do primeiro-ministro, que aceita negociar com outras forças políticas, mas avisou que recusa entrar em jogos políticos e que prefere “ir embora” do que faltar aos compromissos que assumiu perante o país.

“Eu penso que esta é agora uma conversa honestamente entre o Partido Socialista e o PSD, embora o que estamos a assistir basicamente é um governo que diz que quer dialogar, mas envia sistematicamente os diplomas para a Assembleia da República sem passar por nenhum partido, um governo que diz que quer dialogar, mas vota contra todas as medidas que os outros partidos apresentam e que são estruturais”, afirmou André Ventura.

O líder do CHEGA acusou o executivo de dizer “que quer negociar para ficar bem perante a opinião pública”, mas dizer “não a tudo o que os outros partidos têm” e defendeu que “isso não é negociar, isso não é querer um orçamento aprovado, isso é dizer, eu quero posso e mando”.

André Ventura considerou que “as pessoas já estão bem fartas de diálogo” e “querem várias coisas concretas”, e indicou que “o CHEGA tem tido propostas, algumas delas que o Governo se tinha comprometido, ou pelo menos se tinha ido ao encontro, durante a campanha eleitoral”.

“Portanto, o CHEGA não quer mais conversa, isso fica para os socialistas, eles estão habituados a isso. Nós queríamos ação e trabalho, mas nem aí o Governo tem tido”, criticou.

Últimas de Política Nacional

A manifestação do CHEGA contra o que qualificam de imigração descontrolada e insegurança nas ruas, que juntou hoje centenas de pessoas no Porto, contou com André Ventura, que alertou que a imigração cresceu 95% em Portugal nos dois últimos anos.
Os deputados da Comissão de Orçamento e Finanças aprovaram hoje uma proposta do CHEGA que contempla o reforço dos meios técnicos para a proteção dos cabos submarinos de telecomunicações.
Para André Ventura, o “PS e PSD estão mais preocupados em aumentar os salários dos políticos do que subir as pensões dos portugueses”, frisando que se trata de um “Orçamento do bloco central”.
O prazo para a submissão de propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) terminou na passada sexta-feira, com o CHEGA a apresentar 620 - o maior número de propostas.
“Num país em que tantos sofrem por salários e pensões miseráveis, os políticos têm de acompanhar o povo.” É desta forma que André Ventura começa por apontar o dedo ao PSD/CDS que está a propor acabar com o corte aos titulares de cargos políticos de 5%, no âmbito do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).
O presidente do CHEGA defendeu hoje que o Governo está a adotar medidas redundantes e a fazer uma "fuga para a frente" para responder à crise no INEM, considerando que as soluções apresentadas não trazem "nada de novo".
Bárbara Fernandes exigiu também a “suspensão imediata do responsável máximo do Departamento de Urbanismo.”
O CHEGA vai abster-se na votação da proposta do PS para aumentar as pensões em 1,25 pontos percentuais, além da atualização prevista na lei, permitindo a sua aprovação se os partidos da esquerda votarem a favor.
O Governo anunciou que o saldo do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para 2025 ia ser positivo, mas fez mal as contas. Após uma revisão das projeções, o executivo admitiu que o SNS vai, afinal, apresentar um défice no próximo ano, num valor que ultrapassa os 217 milhões de euro
O presidente do CHEGA, André Ventura, desafiou esta terça-feira o primeiro-ministro a apresentar na Assembleia da República uma moção de confiança ao seu Governo, mas afastou a possibilidade de apresentar uma moção de censura.