A arguida, que se encontra acusada dos crimes de peculato, falsificação de documento e branqueamento de capitais, faltou à primeira audiência de julgamento, apesar de estar regularmente notificada, não tendo dado nenhuma justificação.
Apesar disso, o coletivo de juízes determinou dar início ao julgamento, por entender não ser essencial a sua presença.
A arguida tinha por funções, entre outras, a receção de utentes, atendimento telefónico, abertura, organização e arquivo dos processos, marcação e faturação de exames, sendo ainda responsável pelo recebimento do pagamento relativo a exames particulares.
De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), a arguida ter-se-á apoderado de 12.722,94 euros, proveniente dos exames médico-legais realizados na Delegação Médico-Legal, entre 2006 e 2012.
O MP refere que, em pelo menos 29 situações, a arguida “recebeu dos utentes o valor de tabela relativo aos exames realizados e, alegando que não tinha multibanco disponível, conseguiu que os utentes pagassem tais exames em dinheiro ou por cheque, valores que não deu entrada em caixa, entregando-lhes falsos comprovativos de pagamento que também forjou”.
Na posse dos cheques a arguida terá depois usado contas bancárias suas e de familiares para fazer circular o dinheiro, apoderando-se dos valores que recebeu dos referidos utentes.