Há quem afirme que 2025 será o ponto zero do CHEGA ao nível autárquico. Pessoalmente, não embarco na narrativa. O ponto zero ocorreu, no passado, em 2021. Com piores ou melhores escolhas, naquela altura, tenhamos essa sensibilidade, era a novidade, a todos os níveis, num partido bebé, a dar os seus primeiros passos.
Ainda não entrou na adolescência, verdade, mas hoje é expectável que a cúpula proponha nomes de candidatos que, nestes anos, tenham passado na triagem da lealdade, no compromisso partidário e na agregação que se impõe.
Sou um homem de pontes e consensos, mas tal peculiaridade não obsta ao reconhecimento cabal de que Setúbal carece de um amplo naipe de pessoas intrinsecamente capazes e de valor consolidado, as quais personifiquem uma alteração do status quo do distrito; e tanto assim é, que as escolhas dos candidatos deverão recair em pessoas que assumam, ab initio, critérios de compromisso com o partido e com o líder, André Ventura. Aqui chegados, entendo que o escuro de 2021 não terá vida renovada, porquanto hoje será possível, com mediana clareza, aferir quem, entre muitos, personifica aqueles critérios.
Deste modo, não é compaginável – e não creio que volte a ocorrer – o consignar de apostas claras em quem, em rigor, não tem uma agenda coletiva, antes pessoal, com o desiderato de prover ao aumento de políticas de direita sob a direção doutrinária própria do Partido CHEGA.
Portanto, em cena quem é de cena e fora de cena quem não é de cena.
Mergulhando no distrito, tenhamos em boa linha de conta que o mesmo se encontra ao arrepio de um desenvolvimento que, a esta altura, era desejável e, não fossem as reiteradas políticas de esquerda, seria um facto passível de oportuna constatação.
Todavia, assumamos, tal desiderato não é verificável. Na vida democrática distrital afere-se uma alternância entre dois partidos, o PS e o PCP sob a designação CDU a qual, nem na Assembleia da República, assume representação. E ainda que dela façam bandeira em 2025, o objetivo único do CHEGA será, conclusivamente, derrotar a alternância constituindo-se alternativa.
O distrito de Setúbal não pode suster políticos e políticas que condicionaram quaisquer expetativas a um fracasso absurdo, resultando em pobreza e empobrecimento, ausência de investimento, capitulando boas ideias progressivas que poderiam advir caso o voto tivesse sido confiado a outros mentores. E não, a pobreza e o empobrecimento, a ausência de investimento, a negação do pleno emprego, a insegurança, entre vetores vários, não são consequência de um rumo novo traçado e delineado há poucos anos. São consequência do sempre. Um sempre de décadas com um peso inusitado na qualidade de vida das pessoas. E, notemos, a política é toda ela virada para as pessoas. Perpetuar o fracasso político da esquerda será um erro gravíssimo, quiçá incontornável, quiçá muito difícil de inversão futura, capitulando as gerações futuras.
Setúbal tem tudo para ser um distrito de sucesso. Desenganem-se, pois, todos quantos, na hora de votar, assumam uma pessoalíssima convicção de que aquele sucesso almejado seja gerado por quem, desde sempre, governou o distrito. Não o fizeram antes, com incompetência e assunção ideológica, e não o farão de futuro.
É aqui, neste entendimento abstrato, que entra o Partido CHEGA. O partido de André Ventura tem uma responsabilidade imensa a qual extravasa qualquer juízo interno de sucesso ou insucesso eleitoral. O Partido CHEGA não pode ficar aquém de tal responsabilidade. Essa responsabilidade é a de ter em mãos um desígnio imenso de transformar Setúbal. Não será qualquer outro partido. O único partido que pode encabeçar uma tendência disruptiva e alternativa é o Partido CHEGA.
Mais importante que o resultado, em sentido lato, é a motivação, o centro, o propósito, a honra e o desígnio de ser parte de um grupo transformador o qual, sem peias, sustenta o peso de ser único na finalidade que importa, mudar vidas, mudar políticas, almejar sucesso para todos os habitantes do distrito, numa ótica de serviço. Servir Setúbal, servir os setubalenses.
Exorto, assim, à assunção de dinâmicas que possibilitem ao eleitorado setubalense compreender quão necessário é o voto no único partido capaz de realizar uma mutação política e ideológica num distrito sempre centrado à esquerda, a qual viabilize o crescimento económico do distrito, a erradicação da pobreza, a inversão do empobrecimento, a eliminação ideológica em setores públicos, o reforço e aumento da segurança, o bem-estar das pessoas e a dignidade dos setubalenses.
A missão dos futuros autarcas não será pouca. Elevam, além de um resultado interno, a possibilidade responsável se sorver o que existe para aplicar o que inexiste, com a tónica bem acentuada de que serão eles quem, em última análise, assumirão a dita de mudar vidas. E isso não é coisa pouca.