Segundo avança a agência de notícias espanhol EFE, Benjamin Netanyahu respondeu apelando para que o ex-ministro israelita não interferisse.
“Enquanto os negociadores estão a trabalhar, Netanyahu está mais uma vez a sabotar o processo. Netanyahu não tem mandato para voltar a impedir o regresso dos nossos reféns por razões políticas”, afirmou Gantz.
Gantz sublinhou que a libertação dos reféns “é a coisa certa a fazer do ponto de vista humano e também do ponto de vista da segurança nacional”, e criticou as declarações de Netanyahu, numa entrevista concedida no sábado ao jornal norte-americano The Wall Street Journal, em que este reiterou que não permitiria que a guerra terminasse antes de destituir o Hamas.
“Não aceitarei acabar com a guerra antes de destituirmos o Hamas”, declarou Netanyahu, referindo-se a uma exigência inabalável do grupo palestiniano, que apela a um “fim global” do conflito para se chegar a um acordo.
Gantz considerou que Israel se encontra num momento “sensível” e que, apesar disso, “Netanyahu vai mais uma vez aos meios de comunicação estrangeiros e fala e fala”, o que considera ter um efeito negativo nas negociações indiretas em Doha.
Em resposta a Gantz, Netanyahu afirmou hoje, em comunicado, que o político já apelava ao “fim da guerra mesmo antes de entrar em Rafah” e que não será ele a “pregar a Netanyahu a necessidade de eliminar o Hamas e a missão sagrada de devolver os nossos reféns”.
“Não é por acaso que, desde que Gantz deixou o governo por razões políticas, o primeiro-ministro desferiu um golpe fatal no Hamas, esmagou o Hezbollah e atuou diretamente contra o Irão, ações que levaram à queda do regime de Assad na Síria. Aqueles que não são úteis nos esforços nacionais, que pelo menos não causem danos”, lê-se no comunicado citado pela EFE.
Uma fonte palestiniana familiarizada com as conversações disse hoje à EFE que as negociações continuam e que o grupo palestiniano apresentou uma lista de nomes de prisioneiros cuja libertação exige como parte de uma troca de reféns.
De acordo com a fonte, “os pontos de discórdia são principalmente a insistência do Hamas em incluir explicitamente a frase “fim da guerra” no final da terceira fase do acordo, enquanto o lado israelita tem rejeitado essa fórmula, propondo a frase “fim da operação militar”.
Ao mesmo tempo, Israel apresentou o nome dos 34 detidos que exige que sejam libertados na primeira fase, incluindo 11 nomes de soldados para os quais o Hamas aparentemente exigiu uma indemnização adicional em troca da sua libertação.
A fonte indicou também que a primeira fase do acordo inclui a libertação de 250 prisioneiros palestinianos, o que não inclui o histórico líder político palestiniano, Marwan Barghouti.