Chega quer negociar proposta de IRS com mexidas nos escalões e deduções

O Presidente do CHEGA disse hoje estar disponível para negociar no parlamento a proposta do Governo de descida do IRS, se este aceitar descer mais nos escalões mais baixos e garantir aumentos de deduções fiscais com habitação e saúde.

© Folha Nacional

Em declarações aos jornalistas antes de uma reunião com o cardeal patriarca de Lisboa, Rui Valério, André Ventura saudou que matérias como o IRS e o IRC sejam tratadas à margem do Orçamento do Estão, mas avisou que a discussão da proposta do Governo “não será linear”.

Questionado se se poderá repetir o que aconteceu no ano passado, quando o modelo de descida de IRS acabou por ser aprovado pelo PS e CHEGA com votos contra de PSD e CDS-PP, respondeu negativamente.

“Não me parece, acho que se houver boa vontade do Governo esse cenário não vai acontecer”, afirmou Ventura, dizendo que terá na próxima semana contactos com a bancada parlamentar do PSD, ainda antes de o diploma ser discutido e votado no parlamento.

Em concreto, o líder do CHEGA pretende que as descidas no IRS sejam mais acentuadas para “os que ganham menos e para a classe média”.

“O CHEGA vai propor alterações de diminuição da incidência fiscal nos escalões mais baixos, isto é, onde se ganha menos e onde se ganha abaixo do salário médio, e vamos propor que essa descida seja maior”, explicou.

Por outro lado, o partido quer garantir um aumento das deduções em matéria de despesas de saúde e de habitação.

“Se estas duas metas forem assumidas também pelo Governo, eu diria que temos condições para conseguirmos rapidamente, nos próximos meses, ter um pacote fiscal em termos de IRS e em termos de IRC”, disse.

André Ventura apelou ao Governo e ao primeiro-ministro para fazerem menos anúncios e se mostrarem mais disponível para negociar.

“Não pode simplesmente continuar a fazer o que tem feito, anunciar e depois não fazer nada. Eu acho que o normal é em democracia, sobretudo onde não há maiorias, é o Governo aceitar agora negociar também com os outros, porque nós não fomos tidos nem achados neste diploma que o Governo apresentou”, disse.

Ventura insistiu que “o CHEGA quer descer o IRS, o CHEGA quer descer o IRC”, mas quer garantir que estas medidas vão beneficiar sobretudo a classe média e os que menos ganham.

“Nós precisamos de ter beneficiados aqueles que trabalham e que há muitas décadas se sentem marginalizados pelo sistema e não aqueles que há 50 anos vivem à custa do sistema”, defendeu.

A proposta do Governo de descida do IRS foi aprovada na quarta-feira em Conselho de Ministros e prevê uma redução adicional no IRS no valor de 500 milhões de euros, a aplicar-se ainda este ano, com descidas entre 0,4 e 0,6 pontos percentuais entre o primeiro e oitavo escalões.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro em entrevista à RTP, e depois detalhado em comunicado do Conselho de Ministros.

A proposta do Governo prevê decréscimos das taxas de IRS de 0,5 pontos percentuais entre o primeiro e terceiro escalões, 0,6 pontos percentuais entre o quarto e sexto e 0,4 pontos percentuais no sétimo e oitavo.

No comunicado, o Governo compromete-se a “aproximar, o mais possível, o valor do imposto retido àquele que é devido no final”.

“Assim, serão aprovadas novas tabelas de retenção na fonte que refletirão a redução de taxas do IRS, com efeito retroativo a janeiro”, pode ler-se.

Últimas de Política Nacional

Com uma carreira dedicada à medicina e ao Serviço Nacional de Saúde, o Prof. Horácio Costa traz agora a sua experiência para a política. Médico desde 1978, especialista em Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética, fundador do único serviço europeu com três acreditações EBOPRAS e professor catedrático, Costa assume o papel de ministro-sombra da Saúde pelo CHEGA com a mesma dedicação que sempre marcou a sua carreira. Nesta entrevista ao Folha Nacional, o Prof. Horácio Costa fala sobre os principais desafios do SNS, a falta de profissionais de saúde, a reorganização das urgências e a valorização dos trabalhadores.
A conferência de líderes marcou hoje para 19 de dezembro as eleições dos cinco membros do Conselho de Estado, três juízes do Tribunal Constitucional e do Provedor de Justiça, sendo as candidaturas apresentadas até 12 de dezembro.
O grupo parlamentar do CHEGA/Açores enviou hoje um requerimento à Assembleia Legislativa Regional a pedir esclarecimentos ao Governo dos Açores na sequência da anunciada saída da Ryanair da região.
A Comissão de Assuntos Constitucionais chumbou a iniciativa do CHEGA para impedir financiamento público a mesquitas, classificando-a de inconstitucional. Ventura reagiu e avisa que Portugal “está a fechar os olhos ao radicalismo islâmico até ser tarde demais”.
O ex-presidente da Câmara de Vila Real Rui Santos está acusado pelo Ministério Público (MP) de prevaricação, num processo que envolve mais cinco arguidos e outros crimes como participação económica em negócio e falsas declarações.
André Ventura disparou contra PS e Governo, acusando-os de manter um Orçamento “incompetente” que continua a “sacar impostos” aos portugueses. O líder do CHEGA promete acabar com portagens, subir pensões e travar financiamentos que considera “absurdos”.
O Parlamento começa esta quinta-feira a debater e votar o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) na especialidade, numa maratona que se prolonga por cinco dias e culmina com a votação final global a 27 de novembro.
O presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que a União Geral de Trabalhadores (UGT) está a ser "fortemente manipulada pelo PS" no âmbito das alterações à lei laboral propostas pelo Governo PSD/CDS-PP.
Uma nova sondagem da Aximage para o Folha Nacional confirma a reviravolta política que muitos antecipavam: André Ventura salta para a liderança das presidenciais e ultrapassa Gouveia e Melo.
A Assembleia Municipal de Oeiras rejeitou o voto de pesar apresentado pelo CHEGA pela morte do agente da Polícia Municipal Hugo Machado, de 34 anos, com o INOV, liderado por Isaltino Morais, a votar contra e todos os restantes partidos a abster-se.