A “MODA SUSTENTÁVEL” E A HIPOCRISIA DA “PEGADA DE CARBONO”

Cada vez mais se fala de sustentabilidade, desenvolvimento sustentável, economia circular, como se a modesta verbalização destas palavras, fosse o suficiente para tornar qualquer ação política assertiva e “friendly” no domínio ambiental.

Sem a devida sustentação técnica e política, utiliza-se estas palavras de um modo descabido e oportunista, com o objetivo de “caçar” as mentes não só de jovens, atualmente muito identificado com o Movimento “Fim ao Fóssil: Ocupa“, mas também de personalidades como o atual secretário-geral da ONU, António Guterres ao afirmar que “É óbvio que se o mundo, e a Europa em particular, tivessem investido fortemente em energia renovável nos últimos 20 anos, não estaríamos a enfrentar a crise energética que estamos a viver e os preços do petróleo e do gás não seriam tão altos“.

Não digam que se está a ser demagógico ou, como a esquerda gosta de rotular quem os contradiz também sobre estas matérias, populista!

Mas vejamos, a banalidade no uso destas palavras, que tem como “atividades publicitárias”, os movimentos e personalidades como as já referidas, mas também documentários inspiradores como “A Verdade Inconveniente” de Al Gore ou “Cowspiracy: O Segredo da Sustentabilidade” de Leonardo DiCaprio, “O Subversivo” do ativista ambiental galês Roger Hallam, entre outros, que acabam por levar a uma esquizofrenia generalizada, que finalizam sempre com a importância de salvar o Planeta.

Atualmente a palavra sustentabilidade, é usada serve efetivar o brain wash das nossas ações, numa condenável estratégia de marketing de se “lavar as mãos” do mal feito.

Infelizmente, também em Portugal, estas palavras são utilizadas de um modo banal, visando dar uma imagem “eco-friendly“, esquecendo que em paralelo com as questões ambientais, à que ter em conta a importância para o nosso país, da potencial exploração das nossas reservas de gás natural, aliás como o atual Ministro da Economia, António Costa e Silva, em junho de 2010, então Presidente da PARTEX, questionava a propósito de um concurso internacional realizado em 2002 para a prospeção e exploração de gás natural nas águas profundas da costa do Algarve, sobre as razões que inviabilizaram a assinatura com a Repsol do inerente contrato dado que ganhou esse concurso.

Tendo referido que “Portugal pouparia, pelo menos, entre 1.400 a 1.500 milhões de euros por ano, para além de gerar emprego e diminuir a dependência energética de Portugal em relação ao exterior são outros dos benefícios que daí poderiam advir”.

Numa outra vertente, as conexões com a envolvente, sejam ambientais, de mobilidade ou de interação com os restantes elementos que compõem os territórios, são as primeiras a determinar as condições para a sua sustentabilidade sendo identificadas através da norma ISO 37120, que analisa o desenvolvimento sustentável, através de 17 áreas temáticas, com um total de 100 indicadores para serviços e qualidade de vida.

Mas, no nosso país, esta questão, foi, e continua a ser ignorada, ou pior, contornada vezes sem conta, sendo disso prova, que só meia dúzia de municípios detêm as inerentes certificações!

É o país que temos, permitam-me o desabafo! Estratégias credíveis precisam-se! Que permitam o desenvolvimento sustentável das cidades, visando a valorização das nossas cidades, vilas e aldeias, num prioritário combate à pobreza energética, à desertificação do interior e à saída para o estrangeiro dos nossos quadros mais qualificados.

Conhecer os reais princípios de sustentabilidade, e aplicá-los de uma forma transparente e responsável, deve partir de todos e ser aplicada para todos! 

É que, tudo se tornou sustentável, desde os discursos políticos das esquerdas e do Atual Governo, à publicidade ao consumismo, a “sustentabilidade” e a “economia circular” tornaram-se postulados que tenho a convicção que muitos dos que estas palavras não sabem do que estão a falar!

É pois uma “moda” perigosa” … Estejamos atentos!

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