19 Abril, 2024

Diocese de Setúbal nega ter recusado responder à comissão sobre abusos sexuais

© Facebook / Diocese de Setubal

O relatório da Comissão Independente liderada por Pedro Strecht, divulgado na segunda-feira, indica que duas dioceses não responderam aos pedidos de entrevista aos bispos ou a quem os substituía na altura, Setúbal e Beja.

Citando o relatório, a diocese revela que o primeiro convite da comissão aos responsáveis diocesanos para uma reunião “foi lançado a 25 de fevereiro de 2022 e o segundo a 17 de março do mesmo ano, datas que coincidiram, na diocese de Setúbal, com a mudança de D. José Ornelas para a diocese de Leiria-Fátima”.

José Ornelas foi bispo de Setúbal até 28 de janeiro, data em que foi nomeado bispo de Leiria-Fátima e, “a partir desse momento e até à sua tomada de posse, em 13 de março, na diocese para a qual tinha sido nomeado, governou interinamente a diocese de Setúbal, tendo recebido os dois convites da Comissão Independente: um na qualidade de administrador Diocesano de Setúbal (em fevereiro) e outro na qualidade de bispo de Leiria-Fátima (em março)”.

O padre José Lobato foi eleito administrador diocesano de Setúbal a 14 de março”, com esta diocese a garantir, no comunicado, que “falando com Ana Nunes de Almeida, membro da Comissão Independente, concluiu-se que houve certamente uma falha de comunicação neste tempo de transição, afirmando a socióloga não ter havido qualquer indício de recusa” do sacerdote em ser entrevistado.

“Situação diferente é a referente aos Arquivos Diocesanos. Nesse caso, os contactos do Grupo de Investigação dos Arquivos Eclesiásticos Diocesanos foram já feitos com o padre José Lobato, que recebeu o grupo de historiadores em Setúbal, por duas vezes, abrindo totalmente os arquivos para que pudessem levar a cabo o seu trabalho”, acrescenta a nota.

Segundo o relatório, da diocese de Setúbal foram reportados 19 casos à comissão coordenada pelo pedopsiquiatra Pedro Strecht.

A Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica em Portugal iniciou a recolha de testemunhos de vítimas em 11 de janeiro de 2022, tendo validado 512 denúncias das 564 recebidas, o que permitiu a extrapolação para a existência de um número mínimo de 4.815 vítimas nos últimos 72 anos.

A Conferência Episcopal Portuguesa vai tomar posição sobre o relatório, de quase 500 páginas, numa Assembleia Plenária agendada para 03 de março, em Fátima.

Agência Lusa

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