26 Abril, 2024

A ineptocracia socialista

 É preciso compreender qual é a estratégia socialista. É muito simples; o governo não tem ilusões sobre quem são hoje os seus quadros partidários. Não pode contar senão com um grupo de jovens ignaros criados desde a infância nas juventudes partidárias, portadores de curricula falsos, arranjados quando muito em universidades e institutos da treta que nunca na vida trabalharam nem sabem o que isso é e que são especialistas em quê? Na manha barata, na mentira, na intriga, na sabujice e na manobra partidária posto que é disso e para isso que vivem e sempre viveram. A alternativa é uma horda de manhosos saídos das tocas silvestres e cheios de fome de poder e protagonismo. O actual modelo político português lembra cada vez mais aquele que caracterizou o México até 2000. Longe vão os tempos em que no PS abundavam pessoas de bem e intelectualmente capazes; muitos já morreram, uns não querem aparecer e outros estão envergonhados.

    De modo que deparamos com a seguinte realidade; uma classe política de ineptos baseada no apoio eleitoral dos menos capazes. Chama-se a isto ineptocracia como bem sugeria há uns anos Jean d`Ormesson. A origem do poder vive do voto dos menos capazes e o exercício do poder vive para eles. Reina a mediocridade nos dirigentes e nas massas.     

    Perante esta realidade dantesca qual a estratégia? Captar os melhores? Não é possível. Esses têm ambições e querem mais. É preciso é arregimentar mediante pequenas promessas falsas os medíocres e os que têm mais dificuldades em se sustentar a eles próprios ou seja, os menos capazes na sociedade altamente competitiva, egoísta e selvagem em que vivemos (embora os sociólogos do ISCTE pensem que não). É para eles e deles que vive agora o PS. São eles os homens «novos» de que o PS precisa. 

    As reformas não são precisas para nada. Quais reformas? Podiam de lá sair portugueses independentes, prósperos, cheios de iniciativa e de espírito crítico, despertos, competitivos e aptos. Que pesadelo para o PS. O governo quer é ser o tutor de uma nova espécie de portugueses pequenitos, medíocres, incapazes de angariar meios de subsistência, desadaptados, mais ou menos marginalizados e indigentes, vivendo das escassas benesses do poder. O governo vive disto e para isto. Assim é que ele está bem. Um país de pequenitos tutelado por um mordomo sorridente, arvorado em chefe máximo do pessoal mínimo entrincheirado no governo.  

    Já sabia há muito que alguns «intelectuais» de serviço com acesso privilegiado à comunicação social vão tentar desculpabilizar o governo. É tudo farinha do mesmo saco. Quem pensa como nós é alcunhado de «darwinista social». Não têm razão. O darwinismo encara a triste realidade em que vivemos como o resultado certo de uma lei pretensamente científica inserida na «natureza» humana contra a qual nada haveria a fazer e quer até retirar conclusões positivas desta realidade ultrajante. Na minha geração alguns leram em miúdos «O Homem esse Desconhecido» do Dr. Alexis Carrel e ficaram profundamente chocados até hoje. Outros insistem nos graves prejuízos que foi causado por um «fascismo» que ninguém vê onde está. Outros, ainda mais obtusos, pensam que a culpa é da sociedade machista, patriarcal e elitista em que vivemos. Tamanha estupidez chega a ser confrangedora. Rimo-nos, portanto, de alguns intelectuais coimbrinhas, arvorados a televangelistas, pregando que é por elitismo e, sei lá, machismo (marchismo?) que criticamos o governo. Fazem parte de um novo grupo de «palermas de Coimbra» como Mário Cesariny chamava aos também palermas adeptos do literário «realismo socialista» ali dos coimbrões cafés piolhosos onde se encontravam.      

    Quanto maiores forem as desigualdades e os excluídos neste país mais se justifica a receita socialista; promessas na mesa, familiares e manhosos no Governo, votos garantidos. Eles é que se alimenta dos tristes resultados do darwinismo social e neles medram porque estes são o que os servem. 

    Não se devem enfiar os barretes que a esquerda nacional no seu fraco pensar julga que nos impinge. 

Luís Cabral Moncada

Luís Cabral Moncada

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