A Direita, com novos partidos, cresce em toda a Europa e Portugal não é exceção.
Em Espanha, o VOX fundado em 2013, elegeu 52 deputados no Congresso de Deputados (Parlamento Espanhol). Tem representação em vários parlamentos regionais e Parlamento Europeu. É a terceira força política em forte ascensão. O seu rosto mais sonante é Santiago Abascal, um basco que ganhou o respeito da Espanha.
Em França o sistema partidário implodiu nos últimos anos. O parlamento francês é uma manta de retalhos de novos partidos, agrupamentos e coligações. O governo francês é suportado por uma coligação de três partidos de Centro-Direita todos refundados para as últimas eleições legislativas (2022). A oposição é liderada pelo Rassemblement National, refundado em 2018, cujo o principal rosto é Marine Le Pen.
O Bundestag é liderado pela coligação “semáforo” (Socialistas, Liberais e Verdes) que suporta o frágil governo germânico. A terceira força política alemã é a Afd (Alternativa para a Alemanha) fundada em 2013.
A Itália sempre foi “o laboratório político” das democracias. O governo italiano é suportado por uma coligação de quatro partidos de Direita, que tem os principais rostos em Giorgia Meloni e Matteo Salvini.
O Leste Europeu é um espaço onde os partidos de esquerda tradicional não fazem parte dos parlamentos nacionais e termos como Comunista e Socialista são equiparados a Nazi. Nos países nórdicos a Esquerda tradicional nunca foi relevante, no entanto a Direita Nacionalista não para de crescer em países como a Suécia ou a Finlândia.
A Península Ibérica emerge como um baluarte da Esquerda. Uma “jangada de pedra” onde a Esquerda parece fazer milagres políticos, económicos e sociais. A Direita está a ganhar terreno no espaço europeu. Surge, assim, uma questão muito direta: O que leva os eleitores a votarem na Direita? Porque razão vai crescer o CHEGA:
– Histórica – Se recuarmos até à Revolução Liberal de 1820 verificamos a instabilidade política e a relativa curta duração dos sistemas. A Revolução Liberal e as Guerras Liberais tiveram impacto até 1851. A Regeneração, período com alguma estabilidade política e económica, entrou em decadência acelerada nos últimos anos do século XIX terminando com o Regicídio de 1908. A Primeira República durou de 1910 até 1926 e caracterizou-se por uma forte instabilidade política, social e económica. A Ditadura Militar e Nacional de (1926 e 1933) serviu para implantar o Estado Novo que terminou em 1974. A III República está hoje tão moribunda como a Monarquia Constitucional estava em 1908, a Primeira República em 1925 ou o Estado Novo em 1973. Só não sabemos como vai terminar a III República se de forma Constitucional ou com uma Refundação Constitucional à imagem da V República Francesa de 1958.
– Económica – A economia sempre foi o grande motor da História. A Economia Portuguesa vai continuar a ser ultrapassada pelo Leste Europeu. Ainda não sabemos como vai terminar a Guerra no Donbass mas sabemos que a Reconstrução da Ucrânia e a adesão da Ucrânia, Moldávia e Geórgia à União Europeia e NATO serão uma realidade a curto prazo. Estes alargamentos terão um impacto profundo na frágil economia portuguesa.
– Social – Portugal é hoje uma sociedade envelhecida em que o elevador social, baseado no sistema educativo, está completamente estagnado. Aos jovens portugueses resta apenas resignar-se aos baixos salários ou emigrar para a Europa Central onde são reconhecidos.
– Política – O atual bipartidarismo (PS e PSD) já não servem a sociedade atual. Aliás estes dois partidos Socialistas servem apenas as suas clientelas eleitorais. O PS alimenta-se do aparelho do Estado que já confunde com o próprio aparelho partidário. O PSD alimenta o seu aparelho a partir das estruturas autárquicas que ainda dispõe. Ambos são partidos envelhecidos historicamente e eleitoralmente, que já pouco dizem à sociedade portuguesa.
Assim o CHEGA apresenta-se como a única alternativa ao eleitorado.