Jornais falam em debate “áspero” e maioria dá vitória de Feijóo

© facebook/NunezFeijoo

Os jornais espanhóis de hoje consideram que o único debate entre os dois principais candidatos a primeiro-ministro nas eleições de 23 de julho foi “áspero” e a maioria considera que o líder da direita, Núñez Feijóo, saiu vencedor.

O socialista e atual primeiro-ministro, Pedro Sánchez, e o líder do Partido Popular (PP, direita), Alberto Núnez Feijóo, tiveram na segunda-feira à noite o único debate ‘cara a cara’ da campanha das eleições de 23 de julho.

O jornal El Pais escreve, no principal título da primeira página, que Sánchez e Feijóo se envolveram num “debate áspero” e “tenso” por causa dos pactos com outros partidos.

De um lado estiveram os acordos parlamentares do partido socialista (PSOE) na atual legislatura com separatistas bascos e catalães e, do outro, os acordos de governo que o PP tem feito com a direita rdical em regiões e municípios e que não rejeita repetir no executivo nacional.

O El Pais diz que Feijóo “se lançou ao ataque” no debate perante um Sánchez “na defensiva”, que passou boa parte das duas horas do ‘cara a cara’ “a repelir ataques”, sem conseguir dominar a conversa.

Já o El Mundo escreve, na manchete, que “Sánchez perdeu os nervos e Feijó pediu ‘uma maioria contra os extremos’”.

Também para este jornal nacional o debate foi “bronco”, ou seja, áspero, crispado e com ruído, e nos vários textos de opinião que tem publicados ‘online’ há unanimidade em considerar que Feijóo venceu o debate.

O El Periódico escreve que “Sánchez desaproveitou o debate e Feijóo resiste” e o La Vanguardia, que se publica em Barcelona, diz que “as alianças de Sánchez e Feijóo protagonizaram um debate áspero”.

O Diário Vasco, do Pais Basco, conclui que “Feijó saiu vencedor do debate e encurralou um Sánchez na defensiva”.

Também na Galiza, região que Feijóo presidiu durante quatro mandatos, o jornal La Voz de Galícia escreve que o líder do PP se impôs a Sánchez “num debate tenso”.

Nenhum dos jornais considera que Sánchez esteve melhor.

As sondagens das eleições de 23 de julho dão todas a vitória ao PP sem maioria absoluta, que poderia conseguir com uma coligação com o VOX.

Mas há também sondagens, embora em menor número, que não dão possibilidade de maioria absoluta nem à esquerda nem à direita, deixando de novo a chave do governo em partidos mais pequenos de âmbito regional, incluindo independentistas catalães e bascos, que viabilizaram o atual executivo liderado por Pedro Sánchez, uma coligação do PSOE com a plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos.

As eleições legislativas nacionais espanholas estavam previstas para dezembro, no final da legislatura, mas Sánchez antecipou-as para 23 de julho após a derrota da esquerda nas locais e regionais de 28 de maio.

Em desvantagem nas sondagens e no rescaldo da derrota eleitoral de maio, Sánchez propôs ao líder da oposição, Feijóo, seis debates entre os dois, em canais de televisão, durante a pré-campanha e a campanha eleitoral.

Feijóo aceitou apenas um, o que se realizou na segunda-feira à noite.

O debate, por ser único e pela aproximação entre os dois partidos nas sondagens nos últimos dias, foi considerado um dos momentos chave da campanha eleitoral.

Últimas de Política Internacional

Um incêndio na zona mais sensível da COP30 lançou o caos na cimeira climática e forçou a retirada imediata de delegações, ministros e equipas técnicas, abalando o ambiente das negociações internacionais.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, anunciou hoje “medidas enérgicas” contra os colonos radicais e seus atos de violência dirigidos à população palestiniana e também às tropas de Israel na Cisjordânia.
A direita radical francesa quer que o Governo suspenda a sua contribuição para o orçamento da União Europeia, de modo a impedir a entrada em vigor do acordo com o Mercosul.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, afirmou hoje que Teerão não está a enriquecer urânio em nenhum local do país, após o ataque de Israel a instalações iranianas, em junho.
O Governo britânico vai reduzir a proteção concedida aos refugiados, que serão “obrigados a regressar ao seu país de origem logo que seja considerado seguro”, anunciou hoje o Ministério do Interior num comunicado.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou hoje uma reformulação das empresas estatais de energia, incluindo a operadora nuclear Energoatom, que está no centro de um escândalo de corrupção há vários dias.
A China vai proibir, temporariamente, a navegação em parte do Mar Amarelo, entre segunda e quarta-feira, para realizar exercícios militares, anunciou a Administração de Segurança Marítima (MSA).
A Venezuela tem 882 pessoas detidas por motivos políticos, incluindo cinco portugueses que têm também nacionalidade venezuelana, de acordo com dados divulgados na quinta-feira pela organização não-governamental (ONG) Fórum Penal (FP).
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, vai na quinta-feira ser ouvido numa comissão de inquérito parlamentar sobre suspeitas de corrupção no governo e no partido socialista (PSOE), num momento raro na democracia espanhola.
A Venezuela tem 1.074 pessoas detidas por motivos políticos, segundo dados divulgados na quinta-feira pela organização não-governamental (ONG) Encontro Justiça e Perdão (EJP).