Manifesto para uma nova alvorada

A mensagem de André Ventura é bem clara “o CHEGA! não é um clube de fãs!”, nem sequer, um  gabinete de psicoterapia ou auto-ajuda onde se procure curar ou apaziguar os recalques escondidos de uma qualquer patologia do foro psiquiátrico.

Fazer parte de uma dinâmica de um partido com as características do CHEGA! e enquadrado num contexto como o actual, não se coaduna com comportamentos ou intenções mesquinhas e/ou repletas de inseguranças ou reservas pessoais. Aqui a palavra de ordem é: entrega! Tanto pessoal como colectiva. No meu ver e na interpretação que faço das palavras do líder do Partido André Ventura, não se admite cultos da personalidade, mas sim, uma total disposição para estarmos incondicionalmente ao lado de um Comandante que se dispôs a suspender temporariamente, bem como aos deputados da nossa bancada, a sua vida pessoal por um ideal que transcende qualquer um de nós, e esse ideal chama-se Portugal! Parece lírico ou talvez folclórico, pois, mas é precisamente isso que a esquerda pretende, que Portugal não passe de uma memória longínqua para cimentar por cima um qualquer projecto híbrido descaracterizado onde as nações e os seus povos com todo o seu legado passado seja enterrado nas mais profundas calendas gregas.

Pois bem, e não nos esqueçamos disso, apenas com uma superioridade batalhadora mas leal, intelectualmente forte e acutilante mas não arrogante, é que nos poderemos superiorizar aos vários adversários actuais. O CHEGA!  é uma dinâmica permanente de ruptura com o sistema implantado há cerca de cinquenta anos em Portugal. André Ventura tem sido incansavelmente o Baluarte desse movimento, bem como, mais uma vez, os deputados que nos representam na Assembleia da República. Nessa mesma linha, lembro-me do deputado Gabriel Mithá Ribeiro, ter dito que o CHEGA!  desponta no contexto actual português para repor de uma certa forma a ordem moral que tem vindo a deteriorar-se ao longo das últimas décadas, através das forças do espectro político da esquerda, criando um estado de caos e disruptivo do equilíbrio natural e fundacional dos aspectos sócio-culturais e políticos português.

O CHEGA!  no meu entender também não necessita de ser o partido “bonzinho” do sistema, bem pelo contrário, precisa de se afirmar na esfera política com o vigor como ao que temos assistido, resiliente aos ataques e assertivo nas suas propostas. Não precisa, e não pode, ser submisso e cair na tentação da diplomacia subliminar e torpe para negociar migalhas de poder com os actuais partidos do sistema (Partido Socialista e Partido Social-democrata) Isso seria a meu ver, uma tentação “faustiana” do poder e sua subsequente descida aos infernos. Portugal não nos perdoaria tal traição! Acrescento igualmente e no meu entender que uma potencial coligação com o PSD num futuro governo de Portugal só levaria o partido a uma derrocada irreversível para o abismo, porque compromete e rompe um contrato social com Portugal que estava assente num compromisso de honra com o mesmo. Não sejamos como, no conto popular, o leão que por ceder aos caprichos da sua paixão pela filha do fazendeiro, abdicou de toda a sua honra e virtude cedendo-lhe as suas garras, a sua juba e os seus dentes. No fundo, auto-destruiu-se sob os alicerces da sua força e da sua honorabilidade.

Terminarei proferindo, por um lado, sob a pena da filosofia estoica o seguinte: “A busca pela inabalabilidade não exige que conquistemos o mundo inteiro mas sim que nos conquistemos a nós mesmos”. É fundamental a permanente reflexão interna no partido e em todos os seus órgãos representativos numa igualmente e intrínseca reflexão auto-crítica e construtiva que permita uma forte coesão entre os seus militantes. Finalmente, e por outro, que “ O resultado de uma conquista é a permanência inabalável numa luta”. O resultado de sermos “inconquistáveis” só pode ser realizado pela capacidade de escolha a fim de mantermos a capacidade de determinação nas nossas ações subsequentes.

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