Também não têm convicções políticas firmes porque, embora nem isso saibam, as ideologias morreram. Ficaram os símbolos clubistas dos partidos em que votam.
São os coitados da vida. Esta choldra nem classe tem para se parecer com os Vencidos da vida (as minhas sinceras desculpas a Eça e companheiros pelo despropósito da comparação ultrajante). Precisavam de ler e educar-se, o que dá um trabalhão. Entre o Rubiales e o futebol não há tempo para semelhante aventura. Entre as orelhas só têm estrume e pobreza de espírito. Triste fado o nosso.
É este o estado da nação de Camões. As minhas sinceras desculpas ao nosso bardo: pela comparação ultrajante e pela incúria cultural da maioria dos meus concidadãos, que não o tendo lido, parece-lhe vagamente familiar e muito provavelmente algum promissor futebolista vindo do Botafogo.
O bom do Isaltino tornou-se no novo Rubiales, mas não passa de uma caricatura reles do mais mediático espanhol da actualidade. A trama, convenhamos, também não consegue competir com a do reles ex-presidente da RFEF. Por mais voltas que se dê, um chocho vale mais do que um grande arroto. Ora, o presidente da CMO, num remake reles do que já lhe tinha acontecido, voltou a ser tramado por alguém desta estirpe nacional.
E Isaltino também não terá percebido a importância de ter um bom assessor (ou uma boa agência) de comunicação: gente que perceba a sério de gestão de crises. Se tivesse a coisa não teria assumido as proporções que está a ter. E o gozo alvar que traz o povinho num estado de deleite e exaltação democrática. Então querem lá ver que este reles presidente de câmara se dá ao luxo de almoçar bem, à farta e não pagar do seu bolso? É preciso ter lata. Tanta gente a passar mal e isto faz-se? Fascista e direitista duma figa. Andas a enganar-nos seu independente mentiroso!
Um país triste tem dificuldade em passar da fase das imprecações para outra mais interessante: a dissecação do presente para se aprender no futuro. Vou dar uma achega:
1/ e a obra feita? A CMO é a melhor do país. O seu presidente é, e será, o melhor presidente de Câmara do país. A diferença com todas as outras é manifesta. Decorre de uma gestão competente, de uma visão que as outras não têm, de um apurado sentido de servir e duma impecável (e louvável) situação financeira.
2/ não será tempo de pagar a competência pública? Isaltino não pode receber a mesma coisa do que o excelso presidente da CML. Queremos qualidade de gestão? Há que pagá-la. Senão a condição humana é fraca e encontra sempre expedientes para compensar tão fracos rendimentos. As minhas desculpas a todos os autarcas presidentes da nossa terra: gente impoluta que labora de sol a sol numa entrega louvável e isenta de meter a mão ao tacho.
3/ e o algodão que não engana? Como assim? Meus caros, quem decide se querem o Isaltino à frente da gestão camarária são os que lá vivem. Acho eu. Porque será que, mesmo após a sua prisão (está provado que é o único presidente corrupto da nação, dessa não se livra), os habitantes de Oeiras continuam a achar que ninguém mais assegura um concelho onde vale a pena viver? As ruas estão sempre bem cuidadas com sinalização apurada, os equipamentos sempre impecáveis, a limpeza permanente, um plano urbanístico com lógica e execução
primorosa, uma atenção rápida às reclamações dos seus moradores, são aspectos que levam à satisfação de quem lá mora.
Volta não volta, aparecia em bons restaurantes mas fazia-o sem companhia. Tive o privilégio de num deles a minha mesa estar ao lado da sua. O preço mais baratinho da ementa, e já lá vão uns aninhos, eram 25€. Calma! O nosso engenheiro pediu só um pratinho de chaputa frita com arroz de pimentos … e bebeu uma bejeca. O restaurante era italiano…