“Alertamos para uma catástrofe e massacre global que poderá deixar dezenas de milhares de mártires e feridos se houver uma invasão da província de Rafah”, refere um comunicado do gabinete de imprensa do Governo de Gaza, controlado pelo Hamas.
O grupo diz responsabilizar “totalmente a administração dos EUA, a comunidade internacional e a ocupação israelita”.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ordenou na sexta-feira ao Exército que desenvolvesse um plano para expandir a ofensiva militar a Rafah, que inclui a deslocação prévia de civis.
O Governo de Gaza recordou que 1,4 milhões de palestinianos vivem atualmente na província de Rafah, dos quais 1,3 milhões foram deslocados pela violência noutras partes do enclave, o que “prenuncia uma grande catástrofe”.
Acusou ainda Israel de já ter realizado “milhares de massacres no resto das províncias da Faixa de Gaza durante a atual guerra de genocídio”.
“Exigimos a convocação imediata e urgente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a adoção de uma resolução que garanta que a ocupação ‘israelita’ seja forçada a parar a guerra de genocídio que está a cometer contra civis, crianças e mulheres na Faixa de Gaza”, disse o grupo no poder na Faixa de Gaza.
O presidente da Autoridade Palestiniana – que governa pequenas áreas da Cisjordânia ocupada -, Mahmoud Abbas, disse na sexta-feira que o plano israelita de expandir a ofensiva sobre Rafah faz parte da estratégia para “deslocar o povo palestiniano das suas terras” e apelou que a comunidade internacional aja para evitá-lo.
A administração dos EUA e a ONU também alertaram Israel nos últimos dias sobre o “desastre” de que uma ofensiva militar em Rafah ocorreria sem um plano claro de deslocação de civis.
Pelo menos 25 pessoas foram mortas nas últimas horas em bombardeamentos israelitas em Rafah, onde os ataques aéreos aumentaram nos últimos dias.
Quase 28.000 habitantes de Gaza morreram em mais de quatro meses de guerra, além de cerca de oito mil corpos estarem desaparecidos sob os escombros, e cerca de 67.500 feridos, segundo o Ministério da Saúde da Faixa, sob o controlo do Hamas.