Brasileiros representam 80% dos imigrantes que pediram apoio para voltar ao país de origem

A Organização Internacional das Migrações (OIM) registou no ano passado 1.017 pedidos de ajuda de imigrantes para regressarem aos seus países de origem, 814 dos quais de cidadãos brasileiros, ou seja, 80%.

© D.R.

No ano passado, “regressaram ao país de origem com o apoio do Projeto ARVoRe VIII 367 pessoas, 287 (78%) para o Brasil”, indicou também a missão da OIM em Portugal, em resposta por escrito ao pedido de dados anuais pela Lusa.

O número de pedidos de imigrantes brasileiros é justificado pelo facto de aqueles constituírem a maior comunidade imigrante em Portugal, com mais de 400 mil pessoas.

Os dados do apoio ao retorno de imigrantes são, assim, como o próprio escritório da OIM em Portugal considera, “muito semelhantes aos de 2022”, ano em que se registou um recorde de 1.051 pessoas inscritas naquele programa, sendo 913 (86%) de cidadãos brasileiros. Nesse ano, “regressaram aos países de origem um total de 394 pessoas, 350 das quais (89%) para o Brasil”, adiantou.

O projeto ARVoRE destina-se a apoiar migrantes no regresso ao país de origem e que não dispõem de recursos económicos para o fazer, mas também ajuda à reintegração destas pessoas na sua nova vida após o projeto de emigração que não correu bem.

O ARVoRE ​é uma iniciativa da OIM, cofinanciada pelo Governo português, através da atual Agência para a Integração, Migrações e Asilo (AIMA) e pelo Fundo de Asilo, Migração e Integração da União Europeia.​​

Mas nos últimos oito anos, com três projetos executados, muita coisa mudou na imigração em Portugal. E, se é verdade que em 2016 os imigrantes brasileiros já representavam a maioria dos pedidos totais de apoio ao retorno, os números totais de pedidos de imigrantes eram bem diferentes.

Naquele ano, apenas 244 pessoas pediram ajuda no âmbito daquele projeto, das quais 190 eram de nacionalidade brasileira. E do montante total de pedidos, 66 conseguiram o apoio para o regresso ao país de origem.

Daquele ano até agora, os números foram sempre crescendo, com exceção de 2021, ano de pandemia, em que o total de pedidos foi de 288, contra os 772 registados em 2020, ano em que a covid-19 chega a Portugal. E em 2022 batem recordes.

Em respostas por escrito a questões colocadas em novembro pela Lusa, a propósito dos dados dos primeiros nove meses de 2023, o chefe de missão da Organização Internacional das Migrações em Lisboa, Vasco Malta, comentando na altura também números de 2022, justificou-os pelo desemprego, dificuldades de acesso ao mercado de trabalho e à habitação e de regularização do cartão de residência.

De acordo com Vasco Malta, naquele ano não foi só o número de pedidos que aumentou, também cresceram “de forma surpreendente os casos de pessoas em situação de extrema vulnerabilidade”.

Últimas de Política Nacional

O Ministério Público (MP) pediu hoje penas entre os cinco e nove anos de prisão para os ex-presidentes da Câmara de Espinho, Miguel Reis (PS) e Pinto Moreira (PSD), por suspeitas de corrupção no processo Vórtex.
O presidente do CHEGA, André Ventura, anunciou hoje que o seu partido votará contra o novo pacote laboral no parlamento se o Governo não ceder em matérias como o despedimentos e alterações na área da parentalidade.
A mensagem gerou indignação, o caso abalou o ministério e levou a uma demissão, mas o inquérito interno concluiu que não houve infração disciplinar. Nataniel Araújo sai ilibado e continua como chefe de gabinete da Agricultura.
Os vereadores e deputados municipais do CHEGA têm rejeitado a criação da Comunidade Intermunicipal da Península de Setúbal.
Bruxelas paga, Lisboa faz campanha: Ângelo Pereira (PSD) e Ricardo Pais Oliveira (IL) estiveram no terreno eleitoral enquanto recebiam vencimentos do Parlamento Europeu, prática proibida pelas regras comunitárias.
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao INEM decidiu hoje suspender os trabalhos durante o período de Natal e Ano Novo e na segunda semana de janeiro, devido às eleições presidenciais.
Num mês em que as presidenciais já se travavam mais nos ecrãs do que nas ruas, André Ventura esmagou a concorrência: foi o candidato que mais apareceu, mais falou e mais minutos ocupou nos principais noticiários nacionais.
O Ministério da Saúde voltou a entregar um contrato milionário sem concurso: 492 mil euros atribuídos diretamente ao ex-ministro social-democrata Rui Medeiros, aumentando a lista de adjudicações diretas que colocam a Saúde no centro da polémica.
A nova sondagem Aximage para o Diário de Notícias atira André Ventura para a liderança com 19,1% das intenções de voto. Luís Marques Mendes surge logo atrás com 18,2%, mas o maior tremor de terra vem do lado do almirante Gouveia e Melo, que cai a pique.
André Ventura surge destacado num inquérito online realizado pela Intrapolls, uma página dedicada à recolha e análise de inquéritos políticos, no contexto das eleições presidenciais marcadas para 18 de janeiro.