Trump acredita que casos judiciais o favorecem

Na semana em que Donald Trump comparece em tribunal em Nova Iorque, os consultores do candidato republicano às presidenciais de novembro acreditam que os casos judiciais o podem favorecer nas urnas.

©facebook.com/DonaldTrump

 

Recentes sondagens indicam que metade dos eleitores norte-americanos consideram que Trump é culpado no caso judicial em que o ex-presidente responde por acusações de ter usado ilegalmente dinheiro da campanha eleitoral para pagar o silêncio da atriz pornográfica Stormy Daniels sobre um caso extramatrimonial.

Uma sondagem divulgada este mês pelo jornal Politico acrescentava, contudo, que 44% dos respondentes considera que uma eventual condenação de Trump neste caso não terá qualquer impacto sobre a imagem política do ex-presidente.

Ainda assim, são muitos mais os restantes que consideram que essa condenação os levaria a deixar de o apoiar (32%) do que os que respondem que manteriam o seu apoio eleitoral (13%).

No entanto, estes números parecem não preocupar os estrategos de campanha de Trump, que nas últimas semanas têm declarado estar tranquilos sobre o início do julgamento do ex-presidente em Nova Iorque.

Os consultores acreditam mesmo que os quatro processos em que está envolvido o podem beneficiar – há três outros casos: um em que é acusado de tentar reverter os resultados eleitorais de 2020, em Washington; um em que é acusado de ter retido ilegalmente documentos confidenciais, na Florida; e um em que é acusado de tentativa de alterar resultados eleitorais, na Georgia.

O argumento é o de que Trump saberá tirar proveito da sua frequente presença no banco dos réus, repetindo o argumento de que, em qualquer um dos processos judiciais, está a ser vítima de uma “caça às bruxas” patrocinada pela Casa Branca do democrata Joe Biden, que será seu rival nas eleições de novembro próximo.

“Este julgamento vai acontecer dentro da sala de tribunal, mas também na rua, e a opinião pública saberá dar o seu veredicto. E esse veredicto terá em conta que há uma urgência por parte dos democratas em afastar o candidato republicano que está à frente nas sondagens”, disse Lenny Vale, consultor da campanha de Trump no estado de Nova Iorque, citado na passada semana pelo jornal Boston Globe.

Os advogados de Trump já começaram a argumentar que Trump é a principal vítima do caso que vai ser julgado em Nova Iorque, alvo de “interferência eleitoral”, menorizando os factos que apontam para a utilização indevida de fundos de campanha para pagar o silêncio da atriz pornográfica.

Contudo, o procurador Alvin Bragg, a quem compete a condução da acusação contra o ex-presidente, defende ter sido o candidato republicano a tentar manipular o sistema judicial, falsificando documentos e encobrindo atos ilícitos.

A acusação tem uma outra arma relevante: Michael Cohen, o ex-advogado de Trump que se encarregou de agilizar o processo de pagamento a Stormy Daniels e que, segundo as sondagens, 48% dos eleitores consideram ser uma pessoa desonesta, reforçando a tese de que o candidato republicano se rodeou de figuras capazes dos mais atrozes crimes para tentar ganhar as eleições.

Contudo, para vários analistas, este caso em particular tem outros ângulos que podem beneficiar a imagem de Trump, sobretudo junto dos eleitores que não atribuem grande significado à tentativa de silenciar uma atriz pornográfica.

John Coffee Jr., um professor de Direito da Universidade de Columbia, citado pelo jornal britânico The Guardian, acentua esta abordagem como um elemento que ajuda a explicar o desinteresse de muitos eleitores pelo impacto político deste julgamento.

“As pessoas dirão: ‘O Trump enganou a mulher?! Grande coisa! Que novidade! E depois tentou esconder isso?! Que novidade!’”, ironizou este professor de Direito, para explicar que a maioria dos eleitores sabe dos casos extramatrimoniais de Trump e isso não parece afetar a sua imagem pública.

Últimas de Política Internacional

O primeiro-ministro francês, Michel Barnier, prometeu hoje nomear um Governo "na próxima semana", indicando que continua a reunir-se com os partidos políticos e grupos parlamentares desde a sua chegada ao cargo no Matignon.
O candidato presidencial republicano, Donald Trump, classificou na terça-feira a vice-presidente e a sua adversária democrata, Kamala Harris, de “marxista” e acusou-a de não ter planos económicos próprios, copiando políticas do atual Presidente, Joe Biden.

O Governo alemão decidiu tomar medidas e anunciou que vai retomar o controlo de todas as suas fronteiras, confirmou uma fonte do governo à agência Reuters. A decisão das autoridades, de apertar as restrições à imigração ilegal e aos pedidos de asilo, ocorreu após um ataque terrorista, em Solingen, na Alemanha. O autor do ataque […]

Um grupo de 45 Estados-membros das Nações Unidas, entre os quais Portugal, instaram hoje a Venezuela a “pôr fim à onda de repressão contra opositores políticos e manifestantes”, durante uma sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
O debate entre Kamala Harris e Donald Trump, marcado para 10 de setembro em Filadélfia, no estado crítico da Pensilvânia, vai focar-se nos temas da economia, imigração e aborto e terá consequências no estado da corrida.
O antigo primeiro-ministro italiano Mario Draghi defendeu hoje, no seu aguardado relatório, uma emissão regular de dívida comum na União Europeia (UE), como aconteceu na covid-19, e um investimento maciço em defesa, propondo uma nova estratégia industrial comunitária.
O ex-candidato presidencial da oposição na Venezuela, Edmundo González Urrutia, afirmou hoje que a sua saída do país rumo ao asilo em Espanha "esteve rodeada de episódios, pressões, coações e ameaças".
O avião da Força Aérea Espanhola que transportou o candidato da oposição às eleições presidenciais da Venezuela Edmundo González Urrutia aterrou na Base Aérea de Torrejón de Ardoz, em Madrid, por volta das 16:00 (hora local).
A Espanha concederá "naturalmente" o asilo político ao candidato da oposição às eleições presidenciais da Venezuela Edmundo González Urrutia, afirmou hoje o chefe da diplomacia de Madrid, José Manuel Albares, à televisão espanhola.
O lusodescendente Paulo Pinto, membro ativo da Alternativa para a Alemanha (AfD, direita radical alemã) em Euskirchen, defende que os partidos tradicionais devem ouvir os eleitores e abandonar o discurso sobre o “cordão sanitário”.