Em declarações à Lusa, Fernando Curto, presidente da ANBP, o caderno incluiu a “reivindicação da revisão do estatuto profissional, indexação da tabela salarial dos bombeiros sapadores à remuneração mínima nacional e a correção da atual tabela remuneratória dos bombeiros sapadores em mais 52 euros”.
Por outro lado, as estruturas representativas dos bombeiros pedem a classificação da função como uma “profissão de desgaste rápido, atribuição de um suplemento remuneratório de risco, penosidade e insalubridade e a atualização do suplemento de disponibilidade permanente”.
“Estas são as reivindicações que nós já tínhamos agendadas e que gostaríamos que o Governo, até ao dia 31, nos chamasse para negociar ou tome uma posição no sentido de dizer que está a tratar destas matérias”, afirmou Fernando Curto, que remeteu para uma reunião do conselho geral com os dirigentes da ANBP, agendada para o final do mês, qualquer decisão sobre novas formas de luta.
Na reunião de hoje, “ficou também agendada uma manifestação junto à Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) para o dia 4 de novembro”, em Coimbra.
“O Governo disse que tinha enviado documentação legislativa para a Associação Nacional de Municípios se pronunciar”, porque as autarquias são os patrões diretos dos bombeiros, e agora “nós iremos perguntar qual é o ponto da situação”, explicou Fernando Curto.
Na quarta-feira, os dirigentes das estruturas representativas do setor estarão no parlamento a assistir ao debate proposto pelo PCP sobre os bombeiros, acrescentou, salientando que já foi também solicitada uma audiência ao secretário de Estado da Proteção Civil, bem como aos partidos com assento parlamentar.
Quanto ao futuro, o dirigente remete para a reunião das estruturas a 31 de outubro, quando for feita “a avaliação de todas as questões apresentadas”.
As reivindicações incluem também o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), com a “valorização da carreira e da especificidade própria dos bombeiros sapadores florestais”.
O final do mês “não é um ultimato”, mas “é um prazo decisivo”, porque a “classe está, por um lado, desvalorizada e, por outro, desmotivada, porque estas propostas que temos aqui em discussão são questões com mais de 20 anos, em que os sucessivos governos se negam” a resolver.
Recentemente, os “rendimentos de todas as forças de segurança foram atualizados, menos os bombeiros sapadores”, salientou ainda, rejeitando qualquer aproveitamento político da luta do setor.
“A ANBP e o SNBP, com mais de 20 anos de luta no setor, têm estratégias próprias na abordagem aos problemas que afetam esta classe e nunca andaram, nem andarão a reboque de vontades alheias e com interesses próprios que não se coadunam com os nossos valores”, pode ler-se no comunicado que anunciou a reunião de hoje.