Zelensky acusa Putin de “ataque desumano” no dia de Natal

O Presidente ucraniano acusou hoje o chefe de Estado russo, Vladimir Putin, de realizar um ataque “desumano” no dia de Natal, lançando várias dezenas de mísseis e mais de 100 drones explosivos contra a Ucrânia.

© Facebook de Volodymyr Zelensky

“Hoje Putin escolheu conscientemente o Natal para o seu ataque. O que pode ser mais desumano?”, afirmou Volodymyr Zelensky no Telegram.

“Mais de 50 mísseis” e vários drones foram abatidos, mas alguns ataques provocaram “cortes de eletricidade em várias regiões”, acrescentou o Presidente ucraniano.

Este “terror de Natal é a resposta de Putin àqueles que falaram de um ilusório ‘cessar-fogo de Natal’” entre Kiev e Moscovo, referiu, por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Andrii Sybiha.

O ataque causou a morte de, pelo menos, uma pessoa e deixou pelo menos seis feridos, segundo as autoridades.

Um dos mísseis russos lançados durante o ataque atravessou o espaço aéreo da Moldova e da Roménia, disse o chefe da diplomacia ucraniana, acrescentando: este facto “recorda-nos que a Rússia não ameaça apenas a Ucrânia”, sublinhou na rede social X.

A Roménia, membro da NATO, afirmou já que não detetou qualquer violação do seu espaço aéreo por um míssil russo apontado à Ucrânia, na sequência destas alegações de Kiev.

“O sistema de vigilância aérea, parte integrante do sistema da NATO, não detetou tal situação”, refere um comunicado do Ministério da Defesa, indicando que “os dados não confirmam” que um míssil “tenha violado o espaço aéreo romeno”.

Desde o início da invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022, a Rússia tem bombardeado regularmente a rede elétrica do país vizinho, mergulhando centenas de milhares, se não milhões, de pessoas na escuridão e no frio, muitas vezes durante o inverno.

O grupo DTEK, o principal fornecedor privado de energia do país, declarou na quarta-feira que as suas centrais térmicas tinham sido alvo deste novo ataque, tendo registado “danos graves” no seu equipamento.

“Este é já o 13.º ataque maciço ao sistema energético ucraniano este ano”, declarou a DTEK num comunicado.

“Privar de luz e calor milhões de pessoas pacíficas que celebram o Natal é um ato depravado e maléfico que deve ser combatido”, disse o diretor executivo da DTEK, Maxim Timchenko, no X, apelando aos aliados de Kiev para que forneçam mais defesas aéreas.

Na madrugada de quarta-feira foi acionado um alerta aéreo em toda a Ucrânia, enquanto a força aérea comunicava o lançamento de mísseis balísticos e de cruzeiro russos.

As autoridades de Kharkiv, a segunda maior cidade do país, situada no nordeste, perto da fronteira com a Rússia, comunicaram “pelo menos sete ataques” contra a cidade.

Pelo menos seis pessoas ficaram feridas, anunciou o governador regional Oleg Synegoubov no Telegram.

A região de Dnipropetrovsk (centro-leste) também foi atacada. Foram ouvidas explosões na capital, Dnipro, e em Kryvyï Rig, a cidade natal do Presidente Zelensky.

 “Uma pessoa foi morta em consequência do ataque com mísseis a instalações de energia”, disse o governador regional, Serguiï Lyssak.

A administração regional de Ivano-Frankivsk anunciou que parte deste território, situado no oeste do país, a centenas de quilómetros da linha da frente, estava sem eletricidade.

Na região de Poltava (centro), as autoridades comunicaram danos nas infraestruturas.

A companhia nacional de eletricidade, Ukrenergo, anunciou restrições no fornecimento.

“O inimigo está, mais uma vez, a levar a cabo um ataque maciço ao setor da energia” e as autoridades estão a tomar “‘as medidas necessárias para limitar o consumo, a fim de minimizar as consequências negativas para o sistema energético”, escreveu no Telegram o ministro da Energia ucraniano, German Galushchenko.

Os ataques desta quarta-feira ocorreram no dia em que a Ucrânia, pela segunda vez na sua história moderna, celebra o dia de Natal a 25 de dezembro, como no mundo ocidental, e já não em 07 de janeiro, como no calendário juliano seguido pela Igreja Ortodoxa Russa.

Esta mudança de data foi oficializada no verão de 2023 por uma lei promulgada pelo Presidente, Volodymyr Zelensky, em sinal de desafio à Rússia.

Últimas do Mundo

Estudo mostra que falar a língua portuguesa nos EUA está associado a um prémio salarial de 20% e desconstrói a imagem tradicional do emigrante português, apresentando uma comunidade mais qualificada e com crescente mobilidade geográfica.
A Apple e a Google estão a fechar um acordo que ajudará a colocar a Siri ao nível dos assistentes mais atuais, que são impulsionados por modelos de linguagem de grande dimensão (LLM, na sigla em inglês), de acordo com a Bloomberg, citada pela Europa Press.
O ano de 2025 será dos mais quentes de sempre e a temperatura média até agosto foi cerca de 1,42ºC acima dos níveis pré-industriais, disse hoje em Belém, Brasil, a secretária-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Milhares de voos poderão ser cancelados a partir de sexta-feira nos Estados Unidos devido ao impasse orçamental que dura há 37 dias, e é já o mais longo de sempre na história do país.
O presidente executivo da EDP, Miguel Stilwell d'Andrade, destacou hoje o "crescimento incrível da procura" de eletricidade que a empresa está a observar em vários mercados, impulsionado pela eletrificação do consumo e pela construção de grandes centros de dados.
A polémica explode poucos dias antes da abertura da primeira loja física da gigante asiática Shein em Paris. Bonecas sexuais com aparência de crianças, com cerca de 80 centímetros e representadas a segurar peluches, colocaram a marca sob fogo cerrado.
Pelo menos dez pessoas ficaram feridas, quatro em estado grave, após um condutor atropelar deliberadamente peões em vários locais de Île d’Oleron, no oeste da França, antes de ser detido, declarou hoje o Ministério Público local.
A Comissão Europeia quer a União Europeia (UE) ligada por linhas ferroviárias de alta velocidade até 2040, incluindo a ligação entre Lisboa e Madrid, e criar um único bilhete intermodal para combinar diferentes empresas e modos de transporte.
Cerca de 120 mil pessoas permanecem abrigadas em centros de evacuação ou com familiares em Cuba, após a passagem do furacão Melissa pela costa leste da ilha, na quarta-feira passada, segundo dados preliminares.
Um britânico de 32 anos foi esta segunda-feira, 3 de novembro, acusado por tentativa de homicídio durante um ataque num comboio no sábado que resultou em 11 feridos, um dos quais continua em estado grave, anunciou a polícia.