Depois das festas de entrada no Novo Ano que eu gostaria que fosse melhor, vários sinais positivos e negativos foram dados a conhecer aos Portugueses.
Cingindo-me apenas ao que considero essencial, partilho convosco os parâmetros que considero realmente importantes para que todos possamos reflectir sobre os mesmos, apenas no quadro nacional.
1º. – Aumentos previstos para todos os Bens essenciais à nossa vida, todos eles superiores aos aumentos de pensões e salários previstos, com a excepção dos transportes, sendo as portagens das auto-estradas os mais escandalosos, como é caso dos aumentos nas duas auto-estradas principais de Lisboa-Porto e Lisboa-Faro.
Todos estes aumentos superiores aos prometidos aumentos para a classe média (acima dos 1.560 euros até 5.000 euros) onde os aumentos previstos se cifram apenas em 2,1%.
CONCLUSÃO – Apenas um comentário
Ou seja, mais uma vez, a Classe Média a sofrer medidas de empobrecimento.
Então no caso dos Reformados a questão é esta: – aqueles que durante a sua vida útil de trabalho mais pagaram de Impostos, os que mais Contribuíram com os seus Impostos para o Orçamento Geral do Estado, serão aqueles que mais Perdem em Poder de Compra.
Mesmo aqueles que estão abaixo desse rendimento mensal para o qual contribuíram durante mais de 30 anos (rendimentos até 1.560 euros) terão um aumento de apenas 3,85%, abaixo da inflação de Dezembro – 4,1%.
Se fizermos as contas à Inflação acumulada, então a perda e o empobrecimento é ainda maior.
2º. – Segurança – todos os dias somos confrontados com notícias que desmentem os “famosos relatórios” do/s governos. Assassinatos, roubos, etc… são relatados diariamente. A agravar este quadro, escondem-se propositadamente as origens dos criminosos.
A agravar este quadro condena-se a Polícia, em vez dos criminosos.
3º. – Investimento– apenas o governo fala de investimento necessário para desenvolver e enriquecer o País. Mas, ao contrário do que seria de esperar, falta o anúncio de Medidas Concretas que o possibilitem.
A descida de apenas 1 ponto percentual no IRC, não creio que provoque nenhum entusiasmo nos potenciais investidores que criam emprego, sobretudo na Indústria transformadora que é a que nos interessa atrair por ser mais estável e por ser a que melhor paga a quem nela trabalha.
CONCLUSÃO – Apenas um comentário
O Estado, leia-se os Governos, continuam na verdade de costas voltadas contra a Iniciativa Privada, apesar dos bonitos discursos para as TV’s verem.
4º Na Habitação – apenas o governo vê possibilidades de melhorias.
Na verdade, quem tem casas para arrendar, (e são centenas de milhares) vê o Estado, (que em nada contribuiu para as criar), cobrar:
a). – IMI – ou seja, uma renda anual de um Bem que não é seu!
b). – IRS – sobre as rendas, de mais de 25%, ou seja, ¼ do rendimento que os proprietários poderiam obter, quando a casa Não é do Estado, nem o Estado investiu um cêntimo nas mesmas;
c). – INCUMPRIMENTO por parte dos Arrendatários – A Justiça – Quando os arrendatários não pagam a renda que devem pagar, ou quando abusiva e ilegalmente se mantêm nas casas depois dos contratos acabarem, sem nada pagarem aos proprietários, o Estado promete “balcões de … “, promete com “leis que facilitariam a resolução dessas situações”, e penalizariam os arrendatários faltosos.
Mas na verdade essas “pseudos-garantias” a quem investe em habitação para rendimento, NÃO funcionam em tempo útil, o que causa enormes prejuízos.
Ou seja, quem constrói ou compra habitações para arrendar é, na prática, tratado como “criminoso” e “indesejável” e penalizado nos seus rendimentos.
Resultado, poucos casas para arrendar e as poucas que são postas no mercado são-no a preços proibitivos, pelo menos para os portugueses que trabalham, ou que já se reformaram.
d). – Seguros e Quotas de Condomínio – a somar a isto tudo os proprietários têm, e neste caso muito bem, que assegurar obras nas casas ou prédios que têm para arrendar, mais contratar os seguros contra riscos de perda das mesmas.
Ou seja, tudo somado, (IMI, IRS, IRC, Quotas, Seguros, mais eventuais incumprimentos e tempo de a Justiça defender o Proprietário) pergunta-se:
1. – Valerá a pena investir em casas para oferecer no mercado de arrendamento?
2. – Qual o rendimento sobre o investimento?
3. – Justifica o investimento?
Sem mais comentários.
CONCLUSÃO – problema sem solução e sem interesse para a iniciativa privada investir. Logo, a falta de casas para arrendar a preços comportáveis para os portugueses, ou para residentes no país de outras nacionalidades, vai continuar a sentir-se e a agravar-se.
Restará ao Estado aquilo que diz, repito DIZ: – cobrar-nos cada vez mais impostos para construir casas para arrendar.
Ou seja, o Estado “todo-Poderoso” a tomar conta das nossas vidas, em vez de incentivar as pessoas a tomarem conta das suas vidas, aliviando dessa forma o Orçamento Geral do Estado.
NOTAS FINAIS
Com este quadro acima exposto, apenas nestes parâmetros que considero fundamentais para a nossa vida em sociedade, o meu optimismo fica muito prejudicado.
Com este quadro a Emigração, de quem quer progredir na vida, continuará;
Com este quadro, a Imigração de Mão-de-Obra Barata, muitas vezes escravizada (o termo aplica-se em vários casos), continuará a crescer, sem benefícios reais para Portugal;
Com este quadro a Classe Média – factor essencial do desenvolvimento de qualquer país – continuará a empobrecer e a diminuir em número de pessoas;
Com este quadro a Classe Pobre em vez de diminuir, aumentará em número de pessoas, sobretudo daquelas que já estão na reforma;
CONCLUSÃO
Tudo isto por falta de uma EFECTIVA e REAL ESTRATÉGIA e de MEDIDAS concretas, para atrair Investimento que crie e gere NOVAS EMPRESAS, sobretudo na INDÚSTRIA TRANSFORMADORA que enriqueça o País.
A MINHA ESPERANÇA (embora ténue)
Espero que haja governantes que tenham a inteligência de perceber que o País ganharia muito mais se descesse Impostos a sério para atrair Investidores;
Se baixasse os Impostos sobre as pessoas, para lhes proporcionar mais Poder de Compra, ou seja, melhor qualidade de vida;
Se baixasse os impostos a sério, tal como fez o então mais pobre país da Europa então a 15 membros, – a Irlanda –, hoje um dos países mais ricos;
Se em vez de ir buscar receitas para o Estado à unidade (pessoa ou empresa), as fosse buscar à quantidade, (mais pessoas, mais empresas, mais emprego, mais salários).
Se tudo isto fosse feito, seriamos com certeza um País mais atractivo e mais rico e com menos Pobres.
PERGUNTA
Haverá algum governante com esta visão do que é necessário fazer e que em consequência mexa a sério na Política Fiscal, na Política de Justiça e no Desfazer da Burocracia excessiva do Estado?
Gostaria de ser optimista!
Mas, no entanto, não perco a esperança.