Ministro francês quer estrangeiros condenados a cumprir pena no país de origem

O ministro da Justiça francês, Gérald Darmanin, quer que os estrangeiros condenados em França cumpram as penas no país de origem, noticiou hoje a imprensa francesa.

© D.R.

O objetivo é aliviar a situação nas prisões francesas, que têm uma taxa de ocupação muito elevada, mas também expulsar pessoas consideradas indesejáveis, segundo uma circular divulgada à imprensa.

No documento, Darmanin apela a uma “política penal firme” destinada aos “detidos de nacionalidade estrangeira condenados definitivamente”, tendo em conta que existem “82.000 reclusos para 62.000 lugares” nas prisões francesas.

Numa entrevista publicada pelo Le Journal du Dimanche, que coincidiu com a divulgação da circular, o ministro disse que em França existem “mais de 19.000 presos estrangeiros”, segundo a agência espanhola EFE.

O número inclui os que estão em prisão preventiva e os que já foram condenados, o que representa 24,5% do total.

De todos os estrangeiros, 3.068 têm a nacionalidade de outro Estado da União Europeia (UE), 16.773 de países terceiros e 686 têm “nacionalidade desconhecida”.

“Se estes estrangeiros, ou mesmo alguns deles, cumprissem as penas nos seus próprios países, não teríamos problemas de sobrelotação. E isto sem termos de libertar aqueles que não devem ser libertados”, disse o ministro.

Darmanin pediu à administração que identifique os estrangeiros condenados definitivamente, os que não aguardam recurso ou têm outros processos pendentes.

Quer também que seja analisada a possibilidade de libertação antecipada de alguns deles, quando a sentença preveja que sejam expulsos de França no final da pena.

O ministro pretende tornar mais fluído o procedimento com os países parceiros através de uma libertação condicional, que implica o cumprimento de pelo menos metade da pena em França e que o condenado tenha uma ordem de expulsão.

Entre os países da UE, existe uma decisão-quadro, transposta para o direito francês, que facilita a transferência de reclusos para cumprirem penas impostas no estrangeiro no país de origem.

As condições são mais complexas no caso dos países terceiros, para os quais são necessários acordos bilaterais.

Esta iniciativa explica-se, em grande parte, pela agenda política do direitista Darmanin, que se presume ter ambições como candidato presidencial em 2027, segundo a EFE.

A questão da expulsão dos estrangeiros indesejáveis é uma das prioridades dos candidatos de direita à corrida presidencial, competindo nesta matéria com a líder do partido Rassemblement National, Marine Le Pen.

Últimas de Política Internacional

A Comissão Europeia anunciou hoje uma investigação formal para avaliar se a nova política da `gigante` tecnológica Meta, de acesso restrito de fornecedores de inteligência artificial à plataforma de conversação WhatsApp, viola regras de concorrência da União Europeia.
O Sindicato de Trabalhadores da Imprensa na Venezuela (SNTP) e o Colégio de Jornalistas (CNP), entidade responsável pela atribuição da carteira profissional, denunciaram hoje a detenção de um jornalista que noticiou a existência de um buraco numa avenida.
O Tribunal Constitucional da Polónia ordenou hoje a proibição imediata do Partido Comunista da Polónia (KPP), alegando que os objetivos e atividades do partido, refundado em 2002, violam a Constituição.
A Administração Trump suspendeu todos os pedidos de imigração provenientes de 19 países considerados de alto risco, dias após um tiroteio em Washington que envolveu um cidadão afegão, anunciou o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos.
Federica Mogherini, reitora do Colégio da Europa e ex-chefe da diplomacia da União Europeia (UE), foi indiciada pelos crimes de corrupção, fraude, conflito de interesse e violação de segredo profissional, revelou a Procuradoria Europeia.
O Presidente ucraniano apelou hoje para o fim da guerra, em vez de apenas uma cessação temporária das hostilidades, no dia de conversações em Moscovo entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a Ucrânia.
O primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, considerou hoje que a situação na Catalunha só se normalizará totalmente se o líder separatista Carles Puigdemont for amnistiado e regressar à região, tendo reconhecido "a gravidade da crise política" que enfrenta.
A Comissão Europeia confirmou hoje que foram realizadas buscas nas instalações do Serviço de Ação Externa da União Europeia (UE), em Bruxelas, mas rejeitou confirmar se os três detidos são funcionários do executivo comunitário.
A ex-vice-presidente da Comissão Europeia e atual reitora da Universidade da Europa Federica Mogherini foi detida hoje na sequência de buscas feitas pela Procuradoria Europeia por suspeita de fraude, disse à Lusa fonte ligada ao processo.
Mais de 20 mil munições do Exército alemão foram roubadas durante um transporte, em Burg, leste da Alemanha noticiou hoje a revista Der Spiegel acrescentando que o Governo considerou muito grave este desaparecimento.