“Todos os deputados que vão integrar as listas são deputados que respeitam absolutamente a ética da democracia, e são deputados que respeitam absolutamente o dinheiro público e a garantia de que nenhum dos deputados está envolvido em crimes de corrupção, em crimes de desvio de dinheiro. Aquilo que PS e PSD têm aos lotes, nós não vamos ter”, afirmou.
O Presidente do CHEGA fez uma distinção entre estes e outro tipo de crimes, lembrando que já foi acusado de difamação e não deixou a liderança do partido por causa disso.
“Isso é uma coisa, outra é andar a desbaratar o dinheiro que é de todos”, sustentou.
Para não correr riscos, Ventura indicou que o partido está a fazer um trabalho “de escrutínio, de verificação”, consultando as distritais e pedindo o registo criminal dos candidatos.
André Ventura falava aos jornalistas durante uma visita à Futurália, em Lisboa, onde disse que os candidatos do partido serão anunciados na próxima e assumirá a sua responsabilidade “por todos os nomes que apresentar”.
“Não vos vou prometer que o CHEGA nunca terá caso nenhum, nenhum líder pode prometer isso, e se o prometer está a mentir. O que posso prometer é que vou agir como agi nos últimos casos, com firmeza, sem esconder, imediatamente com determinação e resolução, dizendo que a limpeza que nós queremos exigir para o país é a mesma limpeza que aplicamos no partido”, indicou.
André Ventura voltou a traçar como objetivo vencer as eleições, afirmando que se tal não acontecer, “será um mau resultado”.
O Presidente do CHEGA voltou a criticar a escolha de Hernâni Dias para cabeça de lista por Bragança da coligação PSD/CDS-PP e considerou que “os candidatos do PSD não são sérios, não é uma lista séria”, apelando a Luís Montenegro que faça alterações.
Na ocasião, André Ventura foi questionado novamente sobre os debates que antecedem as legislativas de 18 de maio e voltou a criticar o primeiro-ministro por querer indicar o líder do CDS-PP, Nuno Melo, para os frente a frente com BE, Livre e PAN.
O Presidente do CHEGA acusou Luís Montenegro de estar a “menorizar a democracia, mas também outros adversários” e considerou importante que dê esclarecimentos, entre outros, sobre a notícia do Expresso que dá conta de uma investigação do Ministério Público às adjudicações na Câmara Municipal de Espinho.
Segundo o jornal, o escritório SP&M, onde Luís Montenegro foi sócio até 2022, consta entre os denunciados no inquérito, uma vez que prestou serviços jurídicos à autarquia entre 2014 e 2021.
“É insustentável ter um primeiro-ministro nestas condições, recandidato a primeiro-ministro, que continua a dizer que o voto decidirá. O voto não decidirá”, defendeu, considerando que “Luís Montenegro não se pode recandidatar, é uma questão de ética na política”, defendeu.
André Ventura visitou a Futurália acompanhado por vários deputados e dirigentes do partido, entre os quais a líder da Juventude CHEGA, Rita Matias.