União Europeia exorta Israel a investigar disparos contra diplomatas

A chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Kaja Kallas, exortou hoje Israel a investigar os disparos do exército israelita contra uma delegação de diplomatas de vários países, incluindo de Portugal, durante uma visita a Jenin, na Cisjordânia ocupada.

© LUSA/ CHRISTOPHE PETIT TESSON

“Apelamos a Israel para que investigue este incidente e também para que responsabilize os responsáveis”, disse a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, numa conferência de imprensa realizada à margem da reunião dos chefes da diplomacia do bloco europeu e da União Africana, que decorre hoje em Bruxelas.
Qualquer ameaça à vida de diplomatas é “inaceitável”, declarou Kaja Kallas.

As forças israelitas fizeram hoje “disparos de advertência” após um grupo internacional de mais de 20 diplomatas se ter “desviado da rota aprovada” na visita, indicou o exército israelita em comunicado, que “lamentou o incómodo” causado.

Não houve relatos de feridos no incidente.

Do grupo fazia parte o chefe da missão portuguesa em Ramallah, Frederico Nascimento, confirmou à Lusa fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), que adiantou que o diplomata se encontra bem.

Segundo a agência noticiosa palestiniana WAFA, figuravam na delegação, além do português, representantes da UE, Áustria, Bulgária, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Itália, Lituânia, Polónia, Reino Unido, Roménia, Rússia, Turquia, China, Canadá, México, Índia, Japão, Sri Lanka, Egito, Jordânia e Marrocos, bem como um número indeterminado de diplomatas de outros países.

A primeira reação ao incidente veio da parte do ministro dos Negócios Estrangeiros italiano, Antonio Tajani, que descreveu os disparos de advertência do exército israelita contra diplomatas na Cisjordânia como ameaças “inaceitáveis”.

“Apelamos ao Governo israelita para que esclareça imediatamente o que aconteceu. As ameaças contra diplomatas são inaceitáveis”, denunciou na rede social X.

O vice-cônsul italiano Alessandro Tutino, “que está bem” e com quem o ministro falou, “estava entre os diplomatas que foram alegadamente atacados com armas de fogo perto do campo de refugiados de Jenin”, acrescentou.

Também o Governo de Espanha confirmou a presença de um diplomata espanhol na delegação, adiantando que este “se encontra bem”.

“O ministério está a investigar tudo o que aconteceu. Estamos em contacto com os outros países envolvidos para dar uma resposta conjunta ao que aconteceu, que condenamos veementemente”, afirmou o MNE espanhol, num curto comunicado enviado à agência francesa AFP.

Últimas do Mundo

Mais de 40% do território espanhol está num processo de degradação devido à atividade humana que pode conduzir a desertificação, segundo o primeiro "Atlas da Desertificação em Espanha", elaborado por cientistas de diversas universidades e publicado recentemente.
O número de vítimas das inundações e deslizamentos de terra que atingiram a Indonésia subiu para 1.003 mortos e 218 desaparecidos, anunciou hoje a Agência Nacional de Gestão de Catástrofes.
Perante o colapso do sistema de asilo, o Governo britânico avançou com um método relâmpago: milhares de pedidos estão a ser aprovados sem entrevistas, apenas com base num questionário escrito. A oposição acusa Londres de “escancarar as portas” à imigração.
A cidade alemã de Salzgitter vai obrigar requerentes de asilo aptos para trabalhar a aceitar tarefas comunitárias, sob pena de cortes nas prestações sociais.
O homem que enganou Espanha, desviou dinheiro público e fugiu à Justiça acabou capturado em Olhão. Natalio Grueso, condenado por um esquema milionário de peculato e falsificação, vivia discretamente no Algarve desde que desapareceu em 2023.
O voo MH370 desapareceu a 8 de março de 2014 quando voava de Kuala Lumpur para Pequim com 239 pessoas a bordo, incluindo 227 passageiros - a maioria dos quais chineses - e 12 membros da tripulação.
A Comissão Europeia abriu hoje uma investigação à gigante tecnológica Google por suspeitar de violação da lei da União Europeia (UE), que proíbe abuso de posição dominante, ao impor "condições injustas" nos conteúdos de inteligência artificial (IA).
A tecnológica Meta anunciou a aquisição da empresa norte-americana Limitless, criadora de um pendente conectado, capaz de gravar e resumir conversas com recurso à inteligência artificial (IA).
Ministério Público holandês está a pedir penas que podem chegar aos 25 anos de prisão para um pai e dois filhos acusados de assassinarem Ryan Al Najjar, uma jovem síria de 18 anos que, segundo a acusação, foi morta por se recusar a seguir as regras tradicionais impostas pela própria família.
Cada vez mais portugueses procuram a Arábia Saudita, onde a comunidade ainda é pequena, mas que está a crescer cerca de 25% todos os anos, disse à Lusa o embaixador português em Riade.