Em declarações à CNN Portugal, o presidente do STEP, Rui Lázaro, afirmou que a participação na greve está “em cima da mesa”, uma vez que o Ministério da Saúde terá interrompido “sem explicação” o processo que reforçaria as competências dos técnicos de emergência pré-hospitalar.
Segundo o sindicato, o entendimento alcançado no verão previa a implementação de cinco novos protocolos clínicos, permitindo aos técnicos atuar em situações de anafilaxia, convulsão, sepsis, controlo da dor e intoxicações, áreas que, até agora, estavam reservadas sobretudo a médicos e enfermeiros.
Contudo, apesar de a formação ter sido ministrada aos profissionais, apenas três desses protocolos estão efetivamente em vigor. Os dois restantes, relativos ao tratamento da dor e às intoxicações, continuam por aplicar. Para o STEP, esta falha impede os técnicos de desempenharem funções para as quais já estão preparados, obrigando a que determinadas intervenções sejam realizadas exclusivamente por médicos e enfermeiros.
Rui Lázaro recorda que o impasse surgiu pouco depois da nomeação do novo presidente do INEM, Luís Mendes Cabral, cuja visão, segundo críticas anteriores dos próprios técnicos, privilegia um modelo mais centrado na enfermagem.
O sindicato lembra ainda que, desde a greve de outubro e novembro de 2024, foram assinados dois acordos com o Governo: um, em dezembro desse ano, relativo à revisão salarial; outro, em agosto de 2025, que formalizou a nova carreira e determinou a entrada em vigor dos protocolos previstos desde 2016.
Sem resposta da tutela e perante a suspensão do processo, o STEP avisa que a “estabilidade conquistada após a última greve” desapareceu, deixando aberta a possibilidade de adesão à paralisação nacional.