No final de um Conselho Nacional da LBP que decorreu em Felgueiras, o presidente da instituição, António Nunes, criticou os atrasos de três meses e meio das verbas para custear as ambulâncias de emergência médica estacionadas nos quartéis de bombeiros.
Segundo o dirigente, “os bombeiros são os parceiros privilegiados da emergência médica em Portugal, fazendo mais de 90% do transporte de doentes urgentes e emergentes para os hospitais” e devem ser respeitados os acordos assumidos.
Para a liga, “é inaceitável que o Estado queira que os bombeiros estejam a financiar o próprio Estado em questões que têm previsibilidade, como é este caso”.
António Nunes considera que este atraso constitui “um fator desestabilizador das associações, cria constrangimentos e dificulta até a relação das comunidades com as associações, porque os dirigentes têm de andar sempre à procura de soluções miraculosas para financiar as estruturas”.
Estas verbas têm impacto no pessoal das corporações e, dependendo do número de ambulâncias existentes, os atrasos prejudicam o orçamento, podendo representar de 10 a 50% nalguns casos.
No Conselho Nacional, os bombeiros defenderam também que a liga deve ser ouvida pela tutela, caso se faça uma reforma no setor da emergência pré-hospitalar em Portugal.
Nas últimas semanas, “temos ouvido várias comunicações não oficiais ou semioficiais de várias entidades e de vários dirigentes do Ministério da Saúde sobre mudanças do sistema. Ora, o tema é suficientemente crítico para que o processo não seja feito assim”, avisou o presidente.
Para a LBP, “o que se deve fazer é reunir a informação necessária e depois tomar medidas, ouvindo os parceiros”.
E deu o exemplo de um eventual fecho de uma urgência num local que pode implicar a contratualização de uma nova ambulância porque as distâncias são maiores e exigem mais tempo para cada serviço.