A frase “Abraça a tua herança para construir o teu futuro” serviu como mote central do encontro de jovens do ID (Identity and Democracy Party). Com base nesta premissa, podemos concluir de forma contundente que a Agenda 2030, a imigração em massa e o multiculturalismo não são considerados elementos fundamentais dessa herança, que nos é instada a preservar para a construção do nosso futuro.
A questão da imigração ilegal e em massa na Europa, desencadeou um debate acalorado que se intensificou nos últimos dias, devido sobretudo à sucessão de eventos particularmente impactantes. Dois incidentes trágicos destacaram a complexidade desse problema. Um destes, foi o assassinato de um professor numa escola em França, enquanto o outro, foi o assassinato de dois civis em Bruxelas. O alarmante é que todos esses atos violentos foram acompanhados pela expressão “Alá é grande”. Esses dois ataques ganharam especial destaque, mas não podem ser considerados atos isolados. Diariamente, enfrentamos na Europa, ataques menores que não recebem a atenção dos meios de comunicação social mas que, sem dúvida, têm um impacto na vida da nossa comunidade. A respetiva conotação religiosa acresce o sentimento de receio e medo no continente, sugerindo a existência de ligações com convicções extremistas islâmicas por parte dos perpetradores, independentemente da forma como são caracterizados pelos media.
É importante destacar que, neste contexto, alguns políticos têm tentado atribuir estes atos a problemas de foro psicológico de cariz individual, de forma a simplificar uma realidade muito mais complexa e chegando a ocultar informações aos seus espectadores para consequentemente evitar um suposto “racismo politicamente incorreto”. No entanto, a repetição de atos violentos relacionados ao extremismo islâmico levanta questões mais profundas sobre a relação entre a imigração, a integração cultural e o papel da religião na sociedade europeia. Nesse sentido, torna-se essencial abordar esses problemas com uma abordagem mais ampla e abrangente.
Uma resposta a esses desafios é o chamado para “abraçar a nossa herança”, com base no princípio “honrarás o teu pai e a tua mãe”. Honrar o teu pai e a tua mãe não significa apenas isso, significa honrar os nossos pais e os seus antepassados, as suas memórias e as respetivas obras. Isso implica a preservação de valores culturais que foram transmitidos ao longo das gerações. Ao fazê-lo, mantém-se viva a herança cultural e o património das nossas sociedades, tanto histórico quanto cultural.
No entanto, este propósito também inclui uma crítica ao multiculturalismo, que é compreendido por alguns setores como uma ameaça à herança ocidental. Ao invés de negar a diversidade cultural usando o argumento das emoções, considerado preferencial por setores supostamente mais progressistas, foca-se em equilibrar a coexistência de culturas sem que isso cause a diluição ou perda de valores e tradições que foram imprescindíveis para as sociedades europeias, como mencionado anteriormente.
O apelo à leitura, à investigação e ao diálogo sobre a nossa herança e a sua preservação em diversas áreas é um convite crucial para o desenvolvimento e coesão das nossas sociedades. Este processo implica o reconhecimento da importância da nossa história, cultura e tradições, e possui várias dimensões que merecem ser exploradas em profundidade pela nossa sociedade. O que era comum no passado, agora parece uma quimera que não nos atrevemos a perseguir, no entanto, é do passado que precisamos para construirmos um futuro sólido e reflexivo.
“Abraçar a herança não é adorar cinzas, mas passar o fogo dos nossos pais e dos deles para as gerações futuras”.