“Fatores como as elevadas taxas de inflação, o aumento do custo da dívida e desencontro de expetativas do preço de venda entre compradores e vendedores, estão na base da quebra da atividade”, apontou a consultora, em comunicado.
O contexto macroeconómico instável levou a que os processos de tomada de decisão fossem mais lentos, resultando numa diminuição do número de transações imobiliárias, sobretudo as que comportam um investimento mais elevado ou com maior risco associado, concluiu a Savills.
No ano passado, à exceção do retalho e do setor hoteleiro, todos os restantes registaram descidas expressivas nos seus volumes de investimento, face a 2022.
O segmento de retalho foi o mais resiliente em 2023, com um volume total de investimento 42% acima do observado em 2022 e representando 38% do volume de investimento total, enquanto o hoteleiro totalizou um investimento na ordem dos 570 milhões de euros.
Já o investimento em residências de estudantes em Lisboa e no Porto ultrapassou os 100 milhões de euros.
Das 79 transações de investimento fechadas em 2023, 54% corresponderam a investidores nacionais, representando 30% do volume total de investimento imobiliário, com fundos de investimento imobiliário, escritórios familiares e investidores privados a direcionarem o seu capital para a aquisição de ativos nos segmentos de retalho, hotelaria e alojamento e escritórios.
O capital estrangeiro totalizou um volume de investimento de 1,1 mil milhões de euros, principalmente direcionado para os segmentos de alojamento e hotelaria, retalho, saúde e residências de estudantes.
Para 2024, a Savills destacou como principais desafios a incerteza do cenário macroeconómico, as tensões geopolíticas e as “constantes alterações legislativas e de domínio fiscal, aliadas a uma instabilidade governamental”.