Sindicato acusa TAP de substituir trabalhadores da Menzies em greve

O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e Afins (SIMA) acusa a TAP de “sabotar a greve” na SPdH/Menzies (antiga Groundforce) substituindo ilegalmente grevistas com técnicos de manutenção da transportadora, mas esta garante estar a atuar "no estrito cumprimento da lei".

© Facebook /Tap

“O SIMA denuncia publicamente aquilo que já sabíamos, mas hoje ficou documentado, a TAP está a sabotar a greve em curso na Menzies/SPdH. E fá-lo à margem da lei, à vista de todos e com a cumplicidade do Governo”, sustenta o sindicato num comunicado divulgado hoje.

Contactada pela agência Lusa, fonte oficial da TAP afirmou que a empresa “está a fazer tudo para minimizar o impacto desta greve nos seus passageiros, mas – assegurou – sempre no estrito cumprimento da lei”.

Para comprovar a denúncia feita, o sindicato anexa uma notificação interna da operação, emitida esta manhã, confirmando que “técnicos da TAP – Manutenção estão a substituir trabalhadores grevistas, executando as ‘fonias de saída’ (comunicações críticas entre placa e ‘cockpit’), que são função da SPdH/Menzies”.

“A TAP costuma esconder-se atrás dos seus 49,9% de participação na Menzies para negar responsabilidades. Mas hoje ficou claro, quando se trata de furar uma greve e esmagar trabalhadores, a TAP mete-se até dentro dos aviões”, sustenta o sindicato.

Destacando que a substituição direta ou indireta de grevistas é “uma violação grosseira da lei da greve”, o SIMA garante que “a TAP não está apenas a ‘colaborar’”, mas sim “a operar no terreno como substituta da empresa de ‘handling’” e, “portanto, a cometer uma ilegalidade”.

Face a esta situação, o sindicato considera que a administração da TAP, liderada por Luís Rodrigues, “deve explicações ao país” e tem de “assumir a sua responsabilidade direta na repressão de uma greve legítima”.

Adicionalmente, questiona “onde está o Governo” português”, que, enquanto “acionista maioritário da TAP e conhecedor da situação laboral na Menzies, não pode fingir que não viu”.

“Esta participação da TAP em tarefas de ‘handling’ durante a greve compromete diretamente o Estado. Silenciar esta denúncia é aceitar que se destrua o direito à greve em Portugal”, acusa o SIMA.

Denunciando que a atual greve na Menzies “revelou o que se queria esconder: um esquema de repressão laboral, onde a TAP, a Menzies e o Estado atuam em bloco contra os trabalhadores”, o sindicato garante que “não se calará”.

Os trabalhadores da Menzies Aviation cumprem hoje o terceiro de quatro dias de uma greve convocada pelo SIMA e pelo Sindicato dos Transportes (ST), que teve início às 00:00 de sexta-feira e se prolonga até às 24:00 de segunda-feira.

Trata-se da primeira de cinco greves de quatro dias marcadas para os fins de semana até ao início de setembro. Em agosto, os períodos de greve estão agendados para 08 a 11, 15 a 18, 22 a 25 e 29 de agosto a 01 de setembro.

Entre as reivindicações dos trabalhadores estão o fim de salários base abaixo do salário mínimo nacional, o pagamento das horas noturnas, melhores condições salariais e a manutenção do acesso ao parque de estacionamento nos mesmos moldes anteriores.

O Tribunal Arbitral determinou serviços mínimos para a assistência a todos os voos relacionados com situações críticas de segurança, voos de emergência, militares, de Estado e voos da TAP em ‘night-stop’ em escala europeia, bem como ligações regulares entre Lisboa e os Açores e Madeira, e entre o Porto e os arquipélagos.

Últimas de Economia

A Autoridade da Concorrência (AdC) vai intensificar em 2026 o combate a cartéis, com especial enfoque na contratação pública, segundo as prioridades de política de concorrência hoje divulgadas.
O valor médio da construção por metro quadrado que é tido em conta no cálculo do IMI vai subir 38 euros em 2026, passando dos actuais 532 euros para 570, segundo uma portaria hoje publicada em Diário da República.
O Presidente da República prometeu hoje o fim da taxa sobre empresas produtoras de energia elétrica e disse que espera que “garanta mesmo tratamento mais favorável para os contribuintes”.
O índice de preços da habitação aumentou 17,7% no terceiro trimestre, acelerando 0,5 pontos percentuais face aos três meses anteriores, tendo sido transacionados 10,5 mil milhões de euros, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O valor mediano de avaliação bancária na habitação foi de 2.060 euros por metro quadrado em novembro, um novo máximo histórico e mais 18,4% do que período homólogo 2024, divulgou hoje o Instituto Nacional de Estatística.
Arrendamentos não declarados, dados incompletos e cruzamentos que falham. A Autoridade Tributária detetou milhares de casos com indícios de rendimentos imobiliários omitidos, num universo onde o arrendamento não declarado continua a escapar ao controlo do Estado.
O Banco Central Europeu (BCE) vai reduzir o prazo da aprovação das recompras de ações dos bancos a partir de janeiro para duas semanas em vez dos atuais três meses, foi hoje anunciado.
A produtividade e o salário médio dos trabalhadores de filiais de empresas estrangeiras em Portugal foram 69,6% e 44,2% superiores às dos que laboravam em empresas nacionais em 2024, segundo dados divulgados hoje pelo INE.
O subsídio de apoio ao cuidador informal deixa de ser considerado rendimento, anunciou hoje o Governo, uma situação que fazia com que alguns cuidadores sofressem cortes noutras prestações sociais, como o abono de família.
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter os juros inalterados, como era esperado pelos analistas e mercados, segundo foi hoje anunciado após a reunião de dois dias.