Ventura responsabiliza PCP e BE por distúrbios na manifestação de sábado

©Folha Nacional

O presidente do CHEGA, André Ventura, atribuiu hoje ao PCP e ao Bloco de Esquerda a responsabilidade pelos confrontos entre manifestantes e a polícia no final do protesto pelo direito à habitação, no sábado, em Lisboa.

Falando aos jornalistas em conferência de imprensa na sede nacional do CHEGA, em Lisboa, André Ventura considerou “lamentável que no fim dessa manifestação – e se calhar aqui percebe-se mais também as influências do PCP e do BE – vários manifestantes tenham decidido canalizar a sua frustração não só contra estabelecimentos comerciais como contra veículos policiais e contra agentes policiais e agentes da autoridade”.

“Talvez esses confrontos mostrem bem a influência que estes partidos aí tiveram, porque são partidos que tradicionalmente têm atitudes hostis à polícia, e parece-me evidente que eles estiveram um pouco por trás desta manifestação pela habitação”, acusou.

O líder do CHEGA defendeu que “a polícia esteve muito bem e os manifestantes nesse caso estiveram muito mal” e disse esperar “que isso não se repita”.

“O CHEGA já organizou variadíssimas manifestações, em nenhuma delas houve violência contra agentes da autoridade. Eu acho que era um bom exemplo que o BE e o PCP podiam ter”, defendeu.

O líder do CHEGA disse ainda não ter “nada contra” esta manifestação pelo direito à habitação que decorreu durante a tarde de sábado em Lisboa, mas também noutras zonas do país, e indicou que o seu partido também se fez representar neste protesto.

Ventura apelou também ao Presidente da República que seja a “voz dos milhões que se sentem frustrados e desamparados” e considerou que se Marcelo Rebelo de Sousa “nada fizer, mais audíveis, mais fortes e mais ferozes vão ser as manifestações nos próximos meses”.

Aos jornalistas, o líder do CHEGA disse que pediu uma audiência ao Presidente da República, que espera que aconteça “nos próximos dias”, para abordar vários temas.

No que toca à habitação, André Ventura quer que Marcelo Rebelo de Sousa vete politicamente ou peça a fiscalização preventiva da constitucionalidade de medidas do pacote “Mais Habitação”, apresentado pelo Governo, como o arrendamento coercivo de prédios devolutos ou a contribuição extraordinária sobre o alojamento local.

Ventura indicou também que nesta audiência – que já estava pedida desde sexta-feira na sequência da aprovação pelo parlamento do novo diploma sobre a morte medicamente assistida — vai pedir ao chefe de Estado que tenha intervenção e “chame o Governo à razão” sobre as medidas para combater os efeitos da subida da inflação.

Nesta conferência de imprensa, o presidente do CHEGA anunciou também a entrega de um requerimento para audição conjunta no parlamento dos ministros da Saúde, Manuel Pizarro, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, sobre “sobre o colapso das juntas médicas, nomeadamente as listas de espera para junta médica a que os doentes se deparam quando necessitam obter um Atestado Médico de Incapacidade por Multiusos, e a recusa de pagamento de retroativos por parte da Segurança Social após diagnóstico de incapacidade”.

Questionado ainda sobre as suas declarações na sequência da morte de duas pessoas no Centro Ismaili, André Ventura defendeu “que o CHEGA não se precipitou na reação” quando referiu que era necessário apurar se se tratou de um ato terrorista, mas considerou que “talvez outros se tenham precipitado”.

O líder do CHEGA lembrou também que o parlamento agendou para quarta-feira, por proposta do seu partido, um debate sobre “imigração e segurança” no qual o ministro da Administração Interna “vai ter de responder” sobre o processo de entrada no país do alegado autor do ataque, de nacionalidade afegã.

No sábado decorreu em Lisboa a manifestação “Casa para Viver”, que juntou milhares de pessoas em protesto contra o aumento das rendas e dos preços das casas.

No final da manifestação, manifestantes e polícia envolveram-se em confrontos, na zona do Martim Moniz, resultando na detenção de duas pessoas.

Últimas do País

A área ardida até 30 de novembro foi a quarta mais elevada desde 2001, com 270.000 hectares em 8.284 sinistros, e a segunda pior na década, só superada em 2017, segundo o Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais.
O advogado Paulo Abreu dos Santos, com passagem pelo Governo, foi detido por centenas de crimes ligados à pornografia de menores e a abusos sexuais de crianças, alguns alegadamente praticados e registados pelo próprio.
O Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC) da Madeira registou até às 12h00 deste sábado um total de 185 ocorrências relacionadas com as condições meteorológicas adversas nesta região.
A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) reclamou, este sábado, o pagamento imediato da dívida de 30 milhões de euros às corporações respeitante ao transporte de doentes urgentes para os hospitais e pediu para ser ouvida em qualquer reforma do setor.
Dois homens foram detidos na quinta-feira no concelho de Cantanhede por suspeita de tráfico de estupefacientes, informou hoje a GNR de Coimbra.
Os ministros das pescas europeus chegaram hoje a um acordo sobre as capturas em 2026, com uma previsão de reduzir o volume global, nalguns casos com impacto em Portugal, como é o caso do carapau, solha ou linguado.
O ministro da Educação, Ciência e Inovação anunciou esta sexta-feira que o Governo vai pagar aos professores 30 milhões de euros por horas extraordinárias acumuladas desde 2018, que, erradamente, não tinham sido pagas.
Um sismo de magnitude 4,1 ocorreu este sábado em Celorico da Beira e foi sentido em vários concelhos dos distritos da Guarda, Aveiro, Castelo Branco, Vila Real e Viseu, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O tempo médio de espera para doentes não urgentes atingia este sábado as 10 horas no Amadora-Sintra, com os urgentes (pulseira amarela) a esperarem mais de seis horas.
As burlas foram responsáveis no ano passado por um prejuízo patrimonial superior a 65 milhões de euros, menos 41% face a 2023, uma diminuição que acompanha o decréscimo das denúncias deste tipo de crime em 2024, revela a PSP.