A greve da CP levou hoje à supressão de 138 dos 254 comboios programados até às 08:00, mais de metade dos quais nos urbanos de Lisboa, segundo a CP – Comboios de Portugal.
De acordo com a informação divulgada, entre as 00:00 e as 08:00, dos 115 comboios programados nos Urbanos de Lisboa foram suprimidos 76 (66,1%). Nos Urbanos do Porto, dos 53 programados foram suprimidos 23 (43,4%) e nos Urbanos de Coimbra circularam cinco dos oito previstos.
No serviço Regional estavam programados 66 e a greve obrigou a suprimir 29 (43,9%) e, no Longo Curso, apenas se fizeram cinco das 12 ligações previstas até às 08:00.
Vários sindicatos deram início no dia 28 de março a novas greves no setor ferroviário, que abrangem a Infraestruturas de Portugal (IP) e a CP, até ao final do mês, incluindo um dia de 24 horas, que hoje se cumpre.
Segundo a CP, foram realizadas as 116 ligações previstas nos serviços mínimos, 39 das quais nos Urbanos de Lisboa, 30 nos Urbanos do Porto e cinco nos Urbanos de Coimbra, assim como 37 no serviço Regional. No Longo Curso cumpriram-se cinco ligações referentes aos serviços mínimos.
Depois de vários dias em greve entre as 00:00 e as 02:00, os trabalhadores cumprem hoje uma paralisação de 24 horas. A partir de sexta-feira, e até 30 de abril, a greve na IP e na CP será a partir da oitava hora de serviço.
Além disso, até final do mês, “na CP, os trabalhadores cujo seu período normal de trabalho abranja mais de três horas durante o período compreendido entre as 00:00 e as 05:00, entrarão em greve a partir da sétima hora de serviço” e, entre 10 e 30 de abril, na IP, “os trabalhadores cujo seu período normal de trabalho abranja mais de três horas durante o período compreendido entre as 00:00 e as 05:00, entrarão em greve a partir da sétima hora de serviço”.
Estas greves foram decretada por uma plataforma de sindicatos composta pela ASCEF – Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária; o SINFB – Sindicato Nacional dos Ferroviários Braçais e Afins; o SINFA – Sindicato Independente dos Trabalhadores Ferroviários, das Infraestruturas e Afins; o FENTECOP – Sindicato Nacional dos Transportes Comunicações e Obras Publicas; o SIOFA – Sindicato Independente dos Operários Ferroviários e afins; a ASSIFECO – Associação Sindical Independente dos Ferroviários de Carreira Comercial e os STF – Serviços Técnicos Ferroviários.
Também o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) anunciou uma nova greve na CP, durante todo o mês de abril, face à “atitude de desconsideração” de que acusa a empresa.
Entre as reivindicações dos trabalhadores estão “aumentos salariais efetivos”, a “valorização da carreira da tração” e a melhoria das condições de trabalho nas cabines de condução e instalações sociais e das condições de segurança nas linhas e parques de resguardo do material motor.
Ainda reclamada é uma “humanização das escalas de serviço, horas de refeição enquadradas e redução dos repousos fora da sede”, um “efetivo protocolo de acompanhamento psicológico aos maquinistas em caso de colhida de pessoas na via e acidentes” e o “reconhecimento e valorização das exigências profissionais e de formação dos maquinistas pelo novo quadro legislativo”.