O apoio à expansão do movimento das hortas urbanas afigura-se cada vez mais relevante no atual contexto sócio-económico e político.
Um primeiro aspeto que assume primordial importância é o apego ao torrão natal que importa cada vez mais fomentar como resposta de sinal contrário ao globalismo tecnocrático que aposta num ser humano sem raízes, sem cultura, sem vida familiar e totalmente dependente de um Estado omni-presente.
O facto de se poder cultivar um naco de terra faz nascer uma série de boas características inerentes à própria vida humana:
– desde logo o retorno do senso comum hoje cada vez mais em parte incerta como fruto de doses maciças de propaganda pelos media comprometidos. O contacto com a natureza, a simples perceção de que ela foi criada por Deus de forma perfeita e bela e de que o próprio Homem foi criado para nela se inserir numa relação de harmonia competindo-lhe descobrir-lhe as leis e os segredos que maximizem essa harmonia;
– a referida recuperação do senso comum fará com que mais facilmente o ser humano se relacione com o seu semelhante e procure formas de cooperação, contrariando a lógica do socialismo globalista que tudo aposta na exploração das tensões sociais para gerar diferentes níveis de revolta e insatisfação pois é nessa divisão social que se joga a sua estratégia de poder e controlo;
– o benefício psíquico e de saúde que se consegue com a prática da atividade agrícola recreativa nas hortas urbanas será uma outra vantagem por estas proporcionada: uma vida mais independente de médicos e de fármacos, resultantes do estilo de vida ao ar livre e em contacto com a terra. Obviamente tal repercutirá no sistema de saúde que ficará mais aliviado de utentes e mais capaz de responder com qualidade aos casos que se apresentem;
– vêm depois uma série de vantagens inerentes ao próprio ambiente: a recuperação de solos improdutivos, transformando-os em solos produtivos graças a práticas regenerativas amigas do ambiente; a captura de dióxido de carbono, transformando-o em matéria edível, como forma de calar os catastrofistas globalistas que anunciam o fim do planeta pelo excesso de produção de gases de estufa; a melhor infiltração da água da chuva no solo regenerando os lençóis freáticos em vez de a água simplesmente escorrer para o mar; o abaixamento da temperatura nos meios urbanos com menos terrenos baldios e improdutivos;
– finalmente há que referir uma maior segurança alimentar, pois as hortas urbanas produzem alimentos, os quais serão consumidos localmente. Por um lado são alimentos normalmente ricos em nutrientes, devido ao uso abundante de matéria orgânica e o reduzido recurso a fertilizantes químicos, pelas práticas agrícolas usadas nas hortas urbanas; por outro lado o seu consumo significa uma menor dependência da cadeia alimentar, hoje também ela na mira dos social-globalistas que pretendem, sob pretexto de “salvar o planeta” ver a humanidade a alimentar-se de insetos, carne produzida em laboratório e todo o tipo de alimentos sintéticos, cujos efeitos na saúde humana permanecem desconhecidos.
Para que tal movimento se fortaleça e desenvolva é necessária uma política nacional de fomento das hortas urbanas que seja implementada a nível autárquico.
Deverão ser identificados, pelas autarquias, os locais onde estas podem ser concretizadas em cada cidade.
Em seguida deverão ser preparados os regulamentos de acesso a essa atividade e lançados os competentes concursos públicos.
Deverá ser alocada uma quantidade suficiente de terrenos porque é constatável que algumas das cidades que já dispõem de hortas urbanas não abrem concursos há anos.
O movimento das hortas urbanas está num momento de grande alavancagem tendo em conta a chegada à idade da reforma de grande número de portugueses que buscam modos de vida alternativos que lhes permitam encarar de forma positiva os anos dessas reformas, cada vez mais depauperadas.