Sindicatos dos médicos e Governo sem acordo em quinta reunião negocial extraordinária

© D.R.

Sindicatos dos médicos e Governo concluíram hoje uma quinta reunião negocial extraordinária, em Lisboa, sem chegar a acordo sobre a revisão da grelha salarial, principal item do caderno reivindicativo apresentado à mesa das negociações, iniciadas em 2022.

À saída da reunião com o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), Joana Bordalo e Sá, e o secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Jorge Roque da Cunha, reiteraram à Lusa o seu desapontamento.

Segundo Joana Bordalo e Sá, o Governo teima em manter em cima da mesa das negociações uma “proposta aberrante” para os médicos e para o Serviço Nacional de Saúde (SNS). Para Roque da Cunha, “não há razões” para o SIM recuar nas greves já calendarizadas até setembro quando a tutela mantém uma proposta de aumento salarial de 1,6% para a generalidade das carreiras.

Uma nova reunião negocial entre sindicatos e Governo está agendada para 11 de setembro.

A FNAM, que hoje formalizou o pedido de uma mediação externa e independente das negociações, face ao seu impasse, promete encetar na próxima semana a recusa da realização de mais horas extraordinárias nos hospitais (para lá das 150 previstas anualmente).

Nas contrapropostas que hoje apresentou ao Governo, a federação reivindica aumentos que compensem a perda de poder de compra dos médicos na última década, um horário semanal de 35 horas, a reposição das 12 horas em serviço de urgência e do regime majorado da dedicação exclusiva e a integração dos médicos internos no primeiro grau da carreira.

A estrutura sindical rejeita a manutenção das 40 horas de trabalho semanais e o acréscimo do limite de horas extraordinárias das atuais 150 para 300 por ano, o aumento “irrisório do salário base entre 0,4% e 1,6%”, a manutenção das 18 horas de urgência e as regras previstas para o novo regime de dedicação plena ao SNS nos hospitais.

O SIM, que se opõe a um mediador nas negociações, considerando que irá “aumentar a confusão no processo” negocial, exige uma proposta de grelha salarial que “reponha as perdas acumuladas” na última década” e que posicione “com honra e justiça” toda a classe médica, incluindo os médicos internos, na tabela remuneratória única da função pública.

O sindicato entende que o novo regime de dedicação plena ao SNS proposto “é pouco atraente” para os médicos dada a carga horária prevista (300 horas extraordinárias anuais).

De acordo com o Ministério da Saúde, os médicos que integrarem a dedicação plena terão um horário de 35 horas semanais, a que acrescem mais cinco horas de trabalho por semana, e um aumento salarial que corresponde a dois níveis remuneratórios, a que acresce um suplemento previsto nesse novo regime de 20%.

Para a tutela, a proposta do Governo significa, globalmente, um aumento de 24% da massa salarial dos médicos do SNS.

As negociações, que deviam ter terminado em junho, têm sido pautadas por várias greves.

Os médicos da região Centro cumprem hoje o segundo e último dia de uma greve convocada pelo SIM, que mantém desde julho uma greve dos médicos de família às horas extraordinárias.

Durante agosto e setembro, o SIM tem agendadas greves noutras regiões do país e uma dos médicos internos.

Últimas do País

A Federação Nacional dos Médicos (Fnam) decidiu hoje “endurecer a luta” contra as políticas do Governo para a saúde e vai reunir-se com os sindicatos das restantes classes profissionais do setor para definir um plano com esse objetivo.
A Marinha Portuguesa vai comandar, a partir de terça-feira, a Força Naval da União Europeia – Operação Atalanta, que tem como objetivo proteger as rotas marítimas e a pirataria, foi hoje anunciado.
O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, inicia hoje uma visita oficial a Portugal durante a qual será assinado o Programa Estratégico de Cooperação para o período 2024-2028 e mais dois acordos relativos a reabilitação de património e infraestruturas.
A violência atingiu novamente Santiago do Cacém. Três imigrantes, com idades compreendidas entre os 24 e os 27 anos, foram detidos ontem pela Polícia Judiciária, acusados de tentar matar dois imigrantes de 30 e 31 anos em abril deste ano.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dá hoje posse a Filipa Urbano Calvão como nova presidente do Tribunal de Contas (TdC) e a Amadeu Guerra como novo procurador-geral da República (PGR).
Um homem, com antecedentes criminais, ficou em prisão preventiva por ser "o principal arguido" de uma rede de tráfico de droga, composta por 11 pessoas, em São Miguel, Açores, revelou hoje a PSP.
A Agência para a Modernização Administrativa (AMA) informou hoje que "alguns serviços já se encontram operacionais", depois do ciberataque que foi alvo e alertou que caso existam eventuais contactos com pedidos para recuperar credenciais estes "devem ser ignorados".
O jornal Folha Nacional realizou uma sondagem, no dia 4 de outubro, através das suas redes sociais, onde questionou os portugueses sobre a forma como os Bombeiros Sapadores têm sido tratados pelo Governo.
"El hijo del presidente de Portugal" é a forma como o filho do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, é mencionado numa recente troca de mensagens que está a suscitar a atenção das autoridades espanholas num alegado caso de fraude fiscal que ultrapassa a impressionante quantia de 180 milhões de euros.
As autoridades detiveram uma mulher, de 33 anos, suspeita do homicídio de outra, ocorrido na segunda-feira numa rua da vila da Lourinhã, distrito de Lisboa, divulgou hoje a Polícia Judiciária (PJ).