Envolvidos pelo espírito da comparação entre concelhos a que nos convocou o recente inquérito de qualidade feito pela Câmara de Fafe e que os fafenses receberam na sua caixa do correio, o CHEGA Fafe decidiu fazer uma comparação entre as faturas da água das Águas de Fafe e da Vimágua, empresa que gere as águas de Guimarães.
Relativamente à água, constatámos que, no primeiro escalão, a água de Fafe é 33,8% mais cara e no segundo escalão, a água de Fafe é 12,8% mais cara! Quanto à taxa de recursos hídricos, que é a taxa paga pelos munícipes pela captação da água, a taxa de Fafe é 60% mais cara e a taxa fixa é 68,5% mais cara! É caso para dizer que, ou a nossa água tem propriedades e qualidades desconhecidas que a de Guimarães não tem, ou não se entende esta exorbitante diferença de preços.
Estamos localizados numa zona hidrográfica privilegiada, temos o rio Vizela a nascer nas serras de Fafe e temos uma Barragem em pleno funcionamento e expansão desde o início dos anos 90. Recursos hídricos que, no mínimo, serão tão bons ou melhores que os do concelho vizinho. Como se justifica esta diferença de preços? Como é que a Câmara de Fafe vê o facto de os seus cidadãos pagarem bem mais pela água do que os cidadãos de Guimarães?
Na última Assembleia Municipal questionei diretamente o Sr. Presidente da Câmara, Dr. Antero Barbosa, que me respondeu desanimadamente que era o contrato que tínhamos, que é verdade que pagamos mais e, inclusivamente, que o município tem esse contrato assinado até 2035. Com esta leveza que, aliás, já é característica deste executivo, confirmou assim que a nossa água é cara e vai continuar a ser, ou seja, os fafenses viram a sua companhia de fornecimento de águas alterada para dar lugar a uma outra que, depois das nomeações de velhos conhecidos para a administração da mesma, cobra caro aos fafenses por aquele que é um serviço absolutamente essencial à vida de todos.
Já relativamente ao Saneamento, a nossa taxa fixa comparativamente com Guimarães é 78% mais cara que a vimaranense. Quanto a este assunto desafio todos os leitores a pegarem na sua conta do saneamento e analisá-la. No campo “Detalhe” temos que 1m3 é igual a 1000 litros – o primeiro escalão do saneamento vai até 5m3. Ora, 5m3 quantos litros serão? 5 mil litros certo? Parece que não, pois o 1º escalão do saneamento vai até aos 5m3 mas, pelas contas feitas, isso são só 4500 litros. Desse modo, se um fafense consumir 4600 litros, ou 4,6 m3, já vai, a partir daí, entrar no segundo escalão, e ser taxado a uma taxa mais de duas vezes superior à do 1º escalão!
O CHEGA Fafe não acei este tipo de taxas, muito menos quando comparado a outros concelhos, onde podemos perceber que estamos a pagar um preço demasiado alto relativo à nossa água e saneamento e, ainda por cima, a contabilização e apuramento dos consumos não parece estar de acordo com as regras da matemática.
Quanto a este assunto, o Sr. Presidente da Câmara remeteu-se ao total silêncio, mesmo quando confrontado com exemplos reais de contas de saneamento onde se podia perceber aquilo que acima expliquei. Pedi ao Sr. Presidente duas vezes que me respondesse o que tinha a dizer sobre este assunto e das duas vezes fiquei sem resposta. Acontece que, tal como me deixou a mim sem resposta, o Sr. Presidente está a deixar todos os fafenses sem resposta e a ignorar as suas preocupações sobre algo que tem impacto em todos os orçamentos familiares, desde os mais desfavorecidos aos mais privilegiados.
O CHEGA Fafe está atento e sempre pretendeu ser a verdadeira voz do povo na Assembleia Municipal. É isso que pretendemos continuar a ser, mesmo quando o executivo ignora as questões que os fafenses colocam. Temos a certeza que estamos no bom caminho e vamos continuar a levar todas as inquietações dos munícipes ao executivo, independentemente de terem respostas para nos dar. Na verdade, sabemos que, em muitas matérias, o executivo não tem respostas para os fafenses, já o sabíamos há muito, e é por isso que o CHEGA pretende continuar a trabalhar, questionando, propondo alternativas, lutando para que Fafe se torne um concelho melhor, mais justo e menos precário.