CHEGA apresenta programa de incentivo à construção para 10 anos

© Folha Nacional

O líder do CHEGA anunciou que vai propor no parlamento um programa de incentivo à construção de habitação para uma década, com o objetivo de aumentar em 150% os níveis de construção atuais, sobretudo nas grandes cidades.

No final de uma ação do partido em Lisboa, na zona da Almirante Reis (freguesia de Arroios), anunciada como uma visita a uma área de pessoas sem-abrigo, André Ventura disse ter querido dar destaque a estes cidadãos, dentro do problema mais vasto da habitação, cujo número diz ter aumentado 1000% desde o início do século.

“O CHEGA vai propor um grande programa de incentivo à construção em Portugal para uma década, que passa pela diminuição dos impostos dos materiais de construção e pela redução drástica da burocracia”, anunciou.

Questionado se estas medidas vão ter algum efeito na população sem-abrigo, o líder do CHEGA respondeu afirmativamente.

“Se construirmos mais, esse aumento de construção não abrange só casas para a classe média, mas casas ditas sociais. Se conseguirmos aumentar em cerca de 150% o nível de construção, sobretudo nas grandes cidades, nós também teremos margem, a nível municipal e nacional, para atribuir casas a pessoas que não tenham o mínimo de rendimentos”, defendeu.

Foram poucas as pessoas sem-abrigo que Ventura encontrou na rua a meio da tarde, tendo conversado com elementos da associação de moradores, junto a várias tendas montadas ao longo da Avenida Almirante Reis (e que serão ocupadas sobretudo à noite).

Questionado se esta ação se insere numa maior preocupação social do CHEGA, Ventura diz que o partido está “onde sempre esteve”.

“Temos de distinguir entre pessoas sem-abrigo e subsidiodependentes, sempre tivemos uma preocupação grande com quem não tem condições para se sustentar e sustentar as suas famílias, o que é diferente dos que têm condições para trabalhar e não querem”, afirmou.

Ventura salientou que, ao contrário do que acontecia nos anos 2000, muitas das atuais pessoas em situação de sem-abrigo “trabalham e não conseguem pagar casa” ou outros são pessoas “sem condições para trabalhar”.

“O CHEGA mantém-se firmemente numa luta brutal contra a subsidiodependência”, frisou.

Sobre o programa de incentivo à construção, que promete apresentar em setembro no parlamento, Ventura defendeu que o mesmo deveria ser financiado pelos fundos já existentes no Plano de Recuperação e Resiliência, dizendo que a Comissão Europeia foi sensível aos problemas de habitação em outros Estados membros, pelo que seria possível a realocação de verbas.

Para o líder do CHEGA, o aumento da construção poderia ser “o primeiro ponto de consenso” pedido pelo Presidente da República para este setor – na mensagem em que vetou parte do pacote ‘Mais habitação’ do Governo, que irá ser reconfirmado no parlamento -, lamentando que a abordagem do executivo tenha sido “tudo menos consensual”.

“Não vamos ter nenhum milagre, a menos que ocupemos a casa das pessoas à maneira socialista, que penso que nenhum país moderno quer, só temos uma solução: construir mais”, disse, sugerindo, por exemplo, que o Governo pudesse dar incentivos fiscais específicos para a construção de residências universitárias.

André Ventura reconheceu que o problema é complexo, uma vez que a diminuição da construção teve também a ver com a pandemia de covid-19, a guerra ou a falta de mão-de-obra.

“Não há soluções mágicas, o problema não se resolve de um dia para o outro, mas a solução é construir mais, não ocupar, nem aumentar impostos, nem destruir o Alojamento Local. Aí divergimos radicalmente da esquerda”, frisou

 

Últimas de Política Nacional

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vetou hoje os decretos da lei da nacionalidade, na sequência das inconstitucionalidades decretadas pelo Tribunal Constitucional, devolvendo-os à Assembleia da República.
O candidato presidencial Luís Marques Mendes divulgou hoje uma lista com os 22 clientes da sua empresa, na qual se encontram prestações de serviços em consultoria, comentários e participações em conferências, e que inclui a construtora de Famalicão Alberto Couto Alves.
A Autoridade Tributária classificou como “antiga” uma moradia reconstruída em 2024 pertencente ao ministro da Presidência, António Leitão Amaro, permitindo-lhe pagar menos de metade do IMI devido.
Luís Marques Mendes encerrou a sua empresa familiar e mantém silêncio sobre clientes, contactos e serviços que lhe renderam centenas de milhares de euros.
Foi distinguido oficialmente pelo Estado, elogiado em Diário da República pela ex-ministra da Justiça e apresentado como um quadro exemplar da governação. Meses depois, Paulo Abreu dos Santos está em prisão preventiva, suspeito de centenas de crimes de pornografia de menores e de abusos sexuais contra crianças.
O presidente da Assembleia da República decidiu hoje não remeter ao Ministério Público o caso da adulteração da assinatura da deputada socialista Eva Cruzeiro, considerando não atingir o patamar de crime, embora se trate de ato censurável.
André Ventura defende hoje em tribunal que os cartazes que visam os ciganos são uma mensagem política legítima cujas exceções ou retirada representaria um “precedente gravíssimo” e que os autores da ação pretendem um “julgamento político” da sua atividade.
O candidato presidencial André Ventura afirmou que Luís Marques Mendes está “condicionado”, considerando que as verbas recebidas pelos concorrentes a Belém como consultores não são uma questão menor.
A averiguação preventiva à Spinumviva, empresa da família do primeiro-ministro Luís Montenegro, foi arquivada na terça-feira, anunciou hoje a Procuradoria-Geral da República (PGR).
A Polícia Judiciária entrou esta terça-feira na Câmara de Mirandela e em empresas privadas para investigar alegadas ilegalidades em contratos urbanísticos. O processo envolve crimes de prevaricação e participação económica em negócio, com seis arguidos já constituídos.