André Ventura falava aos jornalistas no parlamento, depois de no sábado o presidente do PSD, Luís Montenegro, no Congresso do partido, se ter comprometido com uma subida do valor de referência do Complemento Solidário para Idosos para 820 euros no final da próxima legislatura (em 2028) se vencer as legislativas antecipadas de 10 de março.
O líder do CHEGA afirmou ter assistido “com estupefação” ao anúncio do PSD, partido que Ventura disse ter-se abstido numa proposta sua que elevava o valor da pensão mínima para 705 euros.
“Tem de haver um compromisso à direita – é este o repto que deixamos – para que todos os pensionistas possam receber pelo menos o equivalente ao SMN”, disse, admitindo que seria um compromisso para o final da próxima legislatura, previsivelmente em 2028.
Ventura salientou que este compromisso seria independente de quaisquer acordos de governação, dizendo que a direita “será provavelmente maioritária” na Assembleia da República após as legislativas de 10 de março.
“Este é um compromisso sério, o resto é mera manobra eleitoral”, considerou.
Questionado se já fez as contas sobre quanto custaria esta medida, Ventura disse que a estimativa do partido está “entre 7,5 e 9 mil milhões de euros”, admitindo que os fundos nacionais poderiam ser insuficientes para as custear.
“Tem de haver alguma solidariedade, até com fundos europeus. Os fundos de coesão também devem ser para a coesão intergeracional”, defendeu.
No Congresso do PSD, além do compromisso para a próxima legislatura, Luís Montenegro apontou como objetivo que, numa segunda legislatura em que fosse primeiro-ministro, “o rendimento mínimo garantido de um pensionista pudesse ser equivalente ao salário mínimo nacional atualizado”.