“Não vamos passar três meses a discutir se temos mais deputados de um lado ou de outro, se temos capacidade de fazer alternativa aqui ou ali, se as alianças vão ser A, B ou C”, afirmou.
Intervindo no encerramento das Jornadas Parlamentares do CHEGA, em Matosinhos (distrito do Porto), o presidente do CHEGA defendeu que “o PS não pode continuar a governar”.
“E para nós o objetivo é, acima de tudo, assumido: todos menos a esquerda, tudo fora a esquerda. E o governo que quereremos até pode não ser o governo ideal para o país, mas só ser um governo sem Pedro Nuno Santos ou José Luís Carneiro já é uma grande notícia para Portugal”, salientou.
André Ventura disse que “a direita teve sempre de corrigir os erros do PS”, quando chegou ao poder foi “sempre resolver o pântano, a crise económica, o fosso salarial, a bancarrota dos socialistas, quando não a corrupção”, e “por isso nunca conseguiram fazer o que queriam”, mas salientou que “a direita não pode falhar aos portugueses”.
“Depois de oito anos de governo socialista, não podemos ter tibiezas nem hesitações, este é o nosso momento, de dizer presente, que não temos medo e queremos ser essa alternativa”, salientou, considerando que em 10 de março vai acontecer uma “revolução do povo”.
Numa intervenção de cerca de 20 minutos, perante os deputados eleitos à Assembleia da República, e aos parlamentos dos Açores e da Madeira, Ventura salientou que o CHEGA não quer ser governo se for “para deixar tudo na mesma”.
No final de umas jornadas parlamentares sobre os desafios da próxima legislatura, que decorreram a cerca de um mês da dissolução do parlamento, o presidente do CHEGA elegeu a justiça, a saúde e o crescimento económico como prioridades do partido para as eleições legislativas de março.
Sobre a justiça, “o pilar fundamental da ação ao longo dos próximos meses”, considerou que se encontra num “caos” e lamentou “os ataques de que tem sido alvo por parte do governo”.
No que toca à saúde, o líder do CHEGA estabeleceu como objetivo, se liderar um governo, terminar o mandato com todos os portugueses com médico de família atribuído.
“António Costa prometeu e falhou, nós prometemos e vamos cumprir, não haverá um português sem médico de família”, afirmou, indicando que o partido quer também apostar na “redução da burocracia, simplificação e transição digital”.
André Ventura acusou também o ministro da Saúde de “já se ter demitido mesmo antes de o governo cessar funções” e criticou a “cegueira ideologia da esquerda de querer matar o privado e o social”.
Na economia, o líder do partido de direita radical assinalou que o CHEGA não é “o partido dos lucros selvagens nem da economia completamente desregulada”, defendendo que “deve haver liberdade de mercado, iniciativa, prosperidade”.
Ventura disse querer aumentar o crescimento económico e o salário mínimo nacional e descer impostos e remeteu para a apresentação do programa eleitoral para a convenção do partido, que está marcada para os dias 12, 13 e 14 de janeiro e vai decorrer em Viana do Castelo.
O presidente do CHEGA indicou que o documento será “abrangente, ambicioso e com o objetivo da governação de Portugal”.