CHEGA quer ouvir pais das gémeas no Parlamento

O CHEGA vai propor que os pais das duas crianças luso-brasileiras que vieram a Portugal receber um tratamento para a atrofia muscular espinhal sejam ouvidos na Assembleia da República, indicou hoje o presidente do partido.

© Folha Nacional

“Dei hoje indicação ao nosso gabinete jurídico no parlamento para chamar a mãe e o pai das gémeas para serem ouvidas no parlamento, via ‘zoom’, uma vez que eles se disponibilizaram no Brasil e à imprensa brasileira a prestar todos os esclarecimentos”, afirmou André Ventura.

O líder do CHEGA falava aos jornalistas antes de uma visita ao Mercado de Benfica, em Lisboa, tendo sido questionado sobre as conclusões da auditoria interna pedida pela administração do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), que indica que a marcação de uma primeira consulta no hospital de Santa Maria pela secretaria de Estado da Saúde foi a única exceção ao cumprimento das regras.

André Ventura considerou que os pais das crianças, “melhor do que ninguém, podem dizer com quem falaram, quem lhes disse que ia conseguir a consulta, como é que utilizaram ou não meios de intermédio para obter a consulta, e se houve ou não intervenção do secretário de Estado e do Presidente da República, uma vez que estes intervenientes não querem falar sobre o caso”.

“Era importante que o fizessem, uma vez que foi este país que lhes pagou os medicamentos dos filhos. O mínimo que podiam fazer pelos contribuintes portugueses era falar e explicar o que aconteceu”, defendeu.

O presidente do CHEGA considerou que “é indiferente” ter sido a secretaria de Estado ou o próprio secretário de Estado a pedir a marcação da consulta, e que este relatório da auditoria “não iliba” Lacerda Sales.

“É muito grave, porque agora já é um documento oficial que dá conta que houve uma quebra da legislação e, portanto, podemos estar perante vários ilícitos”, disse, defendendo que “qualquer consulta marcada por uma secretaria de Estado ou por um ministério viola a lei que está em vigor, porque a lei que está em vigor não permite que a referenciação e a marcação sejam feitas pelo Governo”.

André Ventura, que já tinha admitido na semana passada propor uma comissão parlamentar de inquérito a este caso, considerou hoje que “muito dificilmente” não será constituída “no início da próxima legislatura”.

“Parece-me evidente, com estes factos, que o parlamento vai ter que investigar a fundo aquilo que aconteceu neste caso”, sustentou.

Na ocasião, o presidente do CHEGA aproveitou para pedir ao Governo que “meta a mão na consciência e não nomeie 300 pessoas para Unidades Locais de Saúde” a três meses de eleições legislativas.

André Ventura defendeu também que estas unidades não devem entrar em vigor, pedido feito também esta manhã pelo PSD.

“Começa a criar-se a convicção política maioritária de que estas unidades não fazem sentido entrar em vigor a 01 de janeiro, uma vez que o Governo vai mudar, segundo tudo indica, em março”, considerou, pedindo também a intervenção do Presidente da República.

O caso duas crianças gémeas residentes no Brasil que entretanto adquiriram nacionalidade portuguesa e vieram a Portugal em 2019 receber o medicamento Zolgensma para a atrofia muscular espinhal, com um custo total de quatro milhões de euros, foi divulgado pela TVI, em novembro.

Além da auditoria interna no Hospital de Santa Maria, o assunto está a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).

Marcelo Rebelo de Sousa, que já entregou documentação à PGR sobre o assunto e confirmou que o seu filho o contactou sobre a necessidade de tratamento das crianças, negou ter tido qualquer intervenção no processo.

Últimas de Política Nacional

Cerca de cem delegados vão debater o futuro do SNS e definir o plano de ação da Federação Nacional dos Médicos (Fnam) para os próximos três anos no congresso que decorre no sábado e domingo, em Viana do Castelo.
Portugal submeteu hoje à Comissão Europeia o oitavo pedido de pagamento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com a comprovação de 22 marcos e metas.
O candidato presidencial e Presidente do CHEGA, André Ventura, reafirmou esta sexta-feira, em conferência de imprensa, que o partido vai entregar no parlamento um voto de condenação ao discurso do Presidente de Angola, João Lourenço, proferido nas comemorações do 50.º aniversário da independência angolana.
O Grupo Parlamentar do CHEGA apresentou na Assembleia da República um projeto de resolução que recomenda ao Governo a suspensão imediata do Manual de Recomendações Técnicas Relativo ao Acompanhamento de Pessoas Transgénero Privadas de Liberdade, aprovado em 2022.
O presidente do CHEGA acusou hoje o PS de “traição ao povo português” por requerer ao Tribunal Constitucional a fiscalização preventiva da constitucionalidade da Lei da Nacionalidade e apelou à celeridade da decisão.
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) recomendou hoje o alargamento do acordo entre operadores de televisão para realizar os debates presidenciais, depois da queixa apresentada pela Medialivre, dona do Correio da Manhã.
A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, disse hoje que dado o investimento que é feito no setor, este já devia ter evoluído mais, atribuindo essa falta de evolução à forma como está organizado, daí a necessidade de reformas.
Em visita à Feira Nacional do Cavalo, na Golegã, André Ventura, candidato presidencial apoiado pelo CHEGA, afirmou que o mundo rural “deveria ter muito mais importância no debate político” e sublinhou a necessidade de defender “os grandes símbolos do país rural”, que considera frequentemente esquecidos pelas forças políticas do sistema.
O CHEGA apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2026 que pretende que estrangeiros não residentes, sem seguro ou qualquer acordo internacional, passem a assumir os custos dos cuidados de saúde prestados no Serviço Nacional de Saúde
A série de entrevistas da RTP aos candidatos presidenciais já permite tirar uma primeira conclusão: André Ventura foi o candidato que mais espetadores atraiu, segundo dados divulgados pela RTP ao Observador, que avançou os números.