Se é verdade que o ensino representa as bases para a criação das gerações que irão constituir a sociedade, deve ser motivo de reflexão colectiva, que este monopólio está entregue ao Estado desde o ensino primário, em Portugal.
Existe um sistema público standard, profundamente dependente do Estado central que se atrapalha continuamente e tem vindo a degradar as instituições de ensino em Portugal em três principais vertentes:
Organizacional;
Programática e de conteúdos;
Papel na vida do aluno.
Do ponto de vista organizacional, há uma centralização excessiva: O sistema standard, é gerido pelo Estado. Deste modo, há uma alienação do real interesse das crianças e da sua família: A escola é determinada pela morada de residência, mesmo se o estabelecimento de ensino mais próximo ou conveniente for privado. Isto acontece por mera ideologia, sobrecarregando desta forma as escolas do sistema público, causando questões que impactam directamente a qualidade do ensino (turmas grandes, falta de professores).
Também é frequentemente invertida por parte dos defensores de um sistema exclusivamente público a “universalidade” e justiça deste sistema, no entanto, este sistema marca uma profunda desigualdade entre alunos com mais e menos possibilidades económicas já que se nos socorrermos dos dados, as escolas privadas obtêm sistematicamente melhores resultados no Ranking nacional que tem por base o desempenho nos exames nacionais. Em 2023, as primeiras 11 escolas eram privadas. Desta forma há uma segregação natural do aluno assim que inicia a sua escolaridade.
Quando esta problemática é apresentada, frequentemente as ideologias de esquerda argumentam que o Estado não deve financiar escolas privadas, e estão absolutamente correctos, numa economia de mercado o Estado não deve ter qualquer intervenção nas iniciativas privadas.
Qual seria então a solução?
Portugal gasta 100.460€ por aluno, desde o ensino primário até aos 15 anos. A forma mais efectiva de combater um sistema que diferencia “ricos e pobres” seria um financiamento directo deste valor ao aluno, donde os seus encarregados de Educação poderiam escolher o estabelecimento de ensino da sua conveniência e preferência.
Outra questão que me parece de natural importância sublinhar é o facto das escolas não terem um papel activo na forma como desejam actuar: Não escolhem os seus docentes, os seus currículos, a sua forma de actuação, agindo de forma standard e impessoal, de acordo com as imposições do poder central, partindo do pressuposto que todas as regiões têm as mesmas necessidades “a falácia da igualdade”.
Sobre os conteúdos, os governantes portugueses têm potenciado uma fábrica de pensamento único, igual e impessoal, na qual o aluno é avaliado pela sua capacidade de sendo peixe, escalar uma árvore, ignorando os exemplos onde o ensino é descentralizado e promove métodos e conteúdos que são do interesse da criança.
Se nos socorrermos da realidade dos países nórdicos, (onde é indiferente a gestão da escola pública ou privada), verificamos que existe de forma praticamente transversal:
- Valorização da Educação Física, nomeadamente através dos revolucionários infantários na floresta nos quais são estimulados o contacto com a natureza, a destreza motora e coragem.
- Aulas de economia doméstica;
- “Life Skills”, para lidar com os desafios que a vida traz diariamente;
- A muitíssimo revolucionária valorização do professor na Finlândia.
Nada disto é desejável se a ideia for a substituição do pensamento próprio pela ideologia, ou a substituição da Escola pela família como principal elemento educativo, e é este processo desenhado por Marx e Engels aplicado de forma lenta pelos partidos que raptaram o Estado que temos acompanhado em Portugal.
Os Socialistas sabem que é na escola que se formam os cidadãos do futuro e sabem que para os formar de acordo com o seu desejo, a sua individualidade deve ser apagada, a família deve ser alienada e todo o sistema educativo por defeito deve estar dentro do Estado.
Não é novidade, foi um modelo implementado pelos Bolcheviques, covardemente a formar soldadinhos de chumbo.
O ensino em Portugal é uma causa urgente, provavelmente a mais urgente de todas na luta pela liberdade.