Na reta final do seu primeiro discurso na 6.ª Convenção Nacional do CHEGA, que durou mais de 40 minutos para apresentação da sua recandidatura única à liderança do partido, André Ventura defendeu que “não há outra alternativa em Portugal” e que esta “é entre o CHEGA e o Partido Socialista”.
O líder e recandidato sustentou que a escolha, em 10 de março, “é muito clara, entre o Portugal de 2024, que é o do CHEGA, ou o de 1974, que é o de Pedro Nuno Santos”, que “quer voltar ao PREC […], às geringonças e PCP’s desta vida”.
Ventura acusou a esquerda de tentar “branquear a imagem da Geringonça” e defendeu que esta solução vai voltar a repetir-se se PS, PCP e BE tiverem maioria nas próximas eleições legislativas de 10 de março.
“Não tenham dúvidas de que eles se vão juntar todos outra vez para governar”, declarou, salientando que só o CHEGA pode “ser alternativa à hipocrisia de Pedro Nuno Santos, de António Costa e à continuidade desta Geringonça”.
“Já imaginaram um governo com Pedro Nuno Santos, Paulo Raimundo e a Mariana Mortágua?”, questionou, o que levou a apupos por parte dos delegados à convenção.
Propondo um exercício de imaginação com “aquelas personagens sentadas no Conselho de Ministros”, André Ventura sugeriu que o secretário-geral do PCP poderá ser ministro da pesca e a coordenadora do BE ministra da igualdade de género, classificando como um “trio dos horrores”.
O presidente do CHEGA referiu-se também ao novo secretário-geral do PS como “o neto do sapateiro”.
“Vamos lutar não para o segundo lugar, mas para vencer as eleições legislativas em Portugal”, disse ainda.
De acordo com Ventura, nesta reunião magna vão estar pessoas “que vieram do PSD, do CDS e da IL porque ali não encontraram o projeto que queriam e sabem que agora esta é a única alternativa para combater o PS”.
Apontando que “o país pede essa alternativa”, André Ventura considerou que “o PSD já não tem força” devido aos “sucessivos casos e escândalos” que abalaram o partido de Luís Montenegro.
No discurso — cujos momentos de aplausos eram acompanhados por uma música -, Ventura disse que se recandidata à liderança do partido porque “Portugal precisa de uma limpeza”, voltando a aludir ao caso que envolveu o ex-chefe de gabinete de António Costa Vitor Escária, que escondeu cerca de 75 mil euros em caixas de vinho no seu local de trabalho.
Com críticas também ao ex-ministro João Galamba, o líder do partido de direita radical atirou também ao PSD de Luís Montenegro, acusando-o de ter “ficado em silêncio” perante este caso, mas também perante o das gémeas que foram tratadas no Hospital Santa Maria.
Apesar das iniciativas que outros partidos tiveram no parlamento para esclarecer esta polémica, Ventura afirmou que o CHEGA foi o partido que teve que fazer “um esforço no parlamento” sobre o tema.
“Estão todos juntos a procurar aparar os golpes uns dos outros”, disse, considerando que “o último grito de decência pela pátria” é para que “a corrupção seja combatida em Portugal”.
Outros dos motivos pelos quais Ventura se recandidata é porque é “preciso coragem” para falar da imigração, considerando que esta tem que ser “regulada e controlada” porque não se pode querer no país aqueles que não querem aceitar a história portuguesa, mas sim mudá-la.