À hora marcada, pelas 14:00, mais de 100 guardas, vestidos de negro, ocupavam o passeio em frente ao Estabelecimento Prisional de Lisboa, um número que continuou a crescer, apesar da chuva, até às 15:00, hora a que estava previsto os manifestantes começarem a deslocar-se até à Praça do Rossio.
É a partir daí que vão iniciar uma “marcha fúnebre”, carregando um caixão, até ao Ministério da Justiça, explicou à Lusa um dos organizadores.
“Decidimos simbolizar o enterro da guarda prisional, que é o que a tutela tem feito connosco há bastante tempo”, disse Fábio Valente.
O protesto foi promovido por um movimento não sindicalizado de guardas, apesar de ter o apoio do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) e da Associação Sindical de Chefias do Corpo da Guarda Prisional (ASCCGP).
A principal reivindicação é a equiparação ao suplemento de missão atribuído à Polícia Judiciária (PJ), exigência que tem motivado também os protestos da PSP e da GNR, que decorrem há mais de um mês.
“A senhora ministra da Justiça achou que era penoso o trabalho da PJ. Nós gostávamos de saber se há algo mais penoso do que trabalhar num estabelecimento prisional sem condições de trabalho e enclausurados”, justificou Fábio Valente.
A menos de um mês das eleições legislativas de 10 de março, Fábio Valente diz que os profissionais estão “fartos de promessas”.
“Com o passar dos anos, têm-nos feito promessas, promessas e promessas. O que queremos é coisas concretas, queremos atitudes e que fique já definido o que é que o novo governo irá fazer em relação às forças de segurança”, sublinhou.
Os guardas prisionais têm participado em várias ações de protesto nas últimas semanas, estando em curso uma greve às diligências até dia 25, além de uma greve geral marcada para hoje, que foi convocada pelo SNCGP.