“Nós somos extremistas contra a corrupção”, diz André Ventura

O presidente do CHEGA respondeu hoje ao líder do PSD, dizendo ser "extremista" e "radical" no que toca à luta contra a corrupção, e defendeu que o único voto que "moderará alguma coisa" é no seu partido.

© Folha Nacional

“Nós somos extremistas. Somos extremistas contra a corrupção, somos extremistas contra os tachos, somos extremistas por uma saúde decente em Portugal”, afirmou André Ventura.

A partir de um almoço/comício em Beja, o líder do CHEGA respondeu ao presidente do PSD, Luís Montenegro, que se dirigiu na terça-feira à noite aos potenciais eleitores do CHEGA e pediu-lhes para ponderarem votar na AD, afirmando que os respeita, que sabe que não são extremistas, nem racistas e compreende a sua frustração.

Ventura reagiu considerando que “Luís Montenegro está muito engando” e que o “extremismo inabalável” do CHEGA é “por um país decente” e contra “a corrupção que tem destruído os alicerces do país”.

“Somos radicais contra a corrupção”, insistiu.

O presidente do CHEGA referiu que PS e PSD “podem andar com a trouxa às costas por todo o país a dizer que não vale a pena votar no CHEGA” e salientou que “o povo comum sabe que o único sinal de mudança no dia 10, o único que mudará alguma coisa, é o voto no CHEGA”.

No seu discurso, Ventura voltou a mencionar Luís Montenegro quando aludiu aos 400 mil idosos que vivem no risco de pobreza e a declarações do candidato da AD sobre as pensões, lembrando que ele era líder parlamentar do PSD quando houve “o maior corte de pensões” em Portugal.

“Não temos medo das palavras. Por isso, deixo a garantia solene de que não haverá, em quatro anos, nenhuma pensão abaixo do salário mínimo em Portugal”, vincou.

Considerando que os adversários nestas eleições têm medo do resultado eleitoral, o líder do CHEGA também se referiu ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, e aos seus alertas de que, com o partido de André Ventura, o próprio 25 de Abril ficava em causa.

“Está enganado doutor Pedro Nuno Santos. Se votarem no CHEGA, o que estará em causa são os privilégios, os tachos e a corrupção que vocês geraram em 50 anos após o 25 de Abril. É isso que estará em causa”, sublinhou.

Num discurso de quase 20 minutos, André Ventura abordou o caso de uma mulher vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), em Vendas Novas (Évora), que morreu sem ser transportada para o hospital.

“Estes casos sucedem-se uns atrás dos outros. Não é no Botsuana, nem nos Camarões é aqui em Portugal”, vincou, referindo que o país “paga impostos como poucos” e que, apesar disso, não consegue “pegar nas taxas e impostos para dar uma saúde decente” aos portugueses.

Para Ventura, estes casos “são evitáveis e desnecessários” e o Governo do PS é o “responsável máximo por estas mortes”.

“Oiço muitos partidos de esquerda dizer que é preciso melhorar a saúde, mas quem andou a suportar o governo” desde 2015, questionou, dando a resposta logo de seguida: “Foi o PCP, o Bloco de Esquerda, PAN e, depois, o Livre. Essa geringonça, que quer voltar ao poder, é a grande responsável pelo descalabro da saúde em Portugal”.

Antes, a cabeça de lista por Beja, Diva Ribeiro, disse que o CHEGA está a disputar a eleição de um deputado neste círculo, que elege três (dois PS e um PCP na legislatura que agora termina), tendo André Ventura elevado a fasquia, ao dizer que o partido está a liderar as sondagens e lutar por dois.

“A terra comunista tornou-se terra do CHEGA e isso é motivo de orgulho. Secámos o PCP e acabámos de vez com qualquer aspiração do Bloco de Esquerda. Vamos vencer o distrito e ser o partido mais votado no distrito de Beja no dia 10 de março”, acrescentou.

Últimas de Política Nacional

A mensagem gerou indignação, o caso abalou o ministério e levou a uma demissão, mas o inquérito interno concluiu que não houve infração disciplinar. Nataniel Araújo sai ilibado e continua como chefe de gabinete da Agricultura.
Os vereadores e deputados municipais do CHEGA têm rejeitado a criação da Comunidade Intermunicipal da Península de Setúbal.
Bruxelas paga, Lisboa faz campanha: Ângelo Pereira (PSD) e Ricardo Pais Oliveira (IL) estiveram no terreno eleitoral enquanto recebiam vencimentos do Parlamento Europeu, prática proibida pelas regras comunitárias.
A comissão parlamentar de inquérito (CPI) ao INEM decidiu hoje suspender os trabalhos durante o período de Natal e Ano Novo e na segunda semana de janeiro, devido às eleições presidenciais.
Num mês em que as presidenciais já se travavam mais nos ecrãs do que nas ruas, André Ventura esmagou a concorrência: foi o candidato que mais apareceu, mais falou e mais minutos ocupou nos principais noticiários nacionais.
O Ministério da Saúde voltou a entregar um contrato milionário sem concurso: 492 mil euros atribuídos diretamente ao ex-ministro social-democrata Rui Medeiros, aumentando a lista de adjudicações diretas que colocam a Saúde no centro da polémica.
A nova sondagem Aximage para o Diário de Notícias atira André Ventura para a liderança com 19,1% das intenções de voto. Luís Marques Mendes surge logo atrás com 18,2%, mas o maior tremor de terra vem do lado do almirante Gouveia e Melo, que cai a pique.
André Ventura surge destacado num inquérito online realizado pela Intrapolls, uma página dedicada à recolha e análise de inquéritos políticos, no contexto das eleições presidenciais marcadas para 18 de janeiro.
Casas de moradores na Amadora foram indicadas, à sua revelia, como residências de imigrantes, uma fraude testemunhada por pessoas pagas para mentir, existindo casos de habitações certificadas como morada de largas dezenas de pessoas.
André Ventura reagiu esta sexta-feira à polémica que envolve várias escolas do país que optaram por retirar elementos natalícios das fotografias escolares, decisão que tem gerado forte contestação entre pais e encarregados de educação.