Luís Montenegro sentiu ontem o sabor amargo da realidade traduzida na primeira derrota política. Depois do orgulho manifestado do “Não é não” como fazendo lembrar o Salazar de outros tempos, “ Orgulhosamente sós”, o líder do PSD, tem de voltar à escola desses tempos chamada de “Primária”.
Para quem precisava deste banho de vergonha demonstrado ontem na AR, partindo do princípio de que a sua escassa vitória política nas últimas eleições e a sua postura arrogante, tanto para com a confiabilidade dos socialistas que lhe iriam dar a mão em algum caso de boa fé e segundo os interesses do país, podendo assim , sem qualquer acordo, dar seguimento ao “não é não”, ensaiado em campanha eleitoral de peito feito, encostava o CHEGA às tais linhas vermelhas da democracia. Felizmente a esta postura primária, pouco democrática e sem qualquer inclusão e até desconsideração pelo terceiro partido político a nível de representação parlamentar, fica o PSD ele sim emparedado pelas suas próprias linhas vermelhas. Uma de aparência escolha deles ao CHEGA e a outra de escolha do PS ao PSD. Chegados aqui a este imbróglio de falta de tato e responsabilidade democrática, temos Montenegro à nora e a cair abruptamente da campanha para a política real. Espero que não caia da cadeira ao primeiro pequeno problema de fácil resolução, estando apenas nas suas mãos ou mais concretamente na sua honestidade a ultrapassagem desta deste imbróglio que o fará passar o cominho da falta de credibilidade política, falta de poder negocial, boa fé e acima de tudo respeito por quem tem poder de influenciar e decidir mesmo que em linhas vermelhas ou negação.
Graças a esta postura em nada abonatória da credibilidade do Luís, este não só acirrou os ânimos ao CHEGA, como provocou um problema com o seu aparente amigo PS. O resto das variáveis para esta equação de resolução do problema apenas contam nas décimas e no residual de políticas sem poder de decisão. A tal esquerda de 4+4+5 = 13.
Hoje, e caso o Luís não tenha ultrapassado os pesadelos de falta de tato de ontem, a sua credibilidade desfaz-se hoje e seguiremos talvez para a eleição do substituto do senhor Silva, e uma vice-presidência do PSD. Ainda nos vamos rir para não chorar do e com Montenegro.
Esta primeira prova oral, antecipa um cenário de chacota e total falta de credibilidade desta solução orgulhosamente sós que levará ao esfumar da vitória tangencial do PSD, sem capacidade de governação.
Antigamente a Escola Primária durava quatro anos, mas aprendia-se qualquer coisa, penso que apenas com a primeira classe da política ativa e real, este Montenegro não vai concluir a legislatura primária, e não CHEGA ao diploma naquele tempo azul.
A foto postada é bem elucidativa, da realidade de ontem, vendo-se MM à procura da bancada perdida do BE.