ONU defende investigação sobre valas comuns encontradas em hospitais de Gaza

A ONU considera necessária uma investigação às valas comuns encontradas nos últimos dias sob os escombros de dois hospitais na Faixa de Gaza, Al-Shifa e Nasser, frisou hoje Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral António Guterres.

©Facebook.com/antonioguterres

 

“Precisamos de uma investigação clara, credível e transparente”, destacou Dujarric, acrescentando que várias agências da ONU podem ser encarregadas de realizá-la e que em nenhum caso os resultados dessa eventual investigação deveriam ser alvo de um prejulgamento antes de serem conhecidos.

“[Mas também] Precisamos de mais jornalistas com a possibilidade de fazer o seu trabalho em Gaza com segurança e contar os factos”, acrescentou o porta-voz do secretário-geral da ONU, em referência ao bloqueio de informação registado na Faixa de Gaza, onde o Exército israelita só permite a entrada de alguns repórteres incorporados nas suas fileiras.

Pelo menos 310 corpos já foram exumados de várias valas comuns nos pátios do Hospital Nasser em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza, de onde as tropas israelitas se retiraram no início de abril, após quatro meses de combates nesta área.

Por sua vez, as valas comuns encontradas no Hospital Al-Shifa continham mais de 200 corpos.

As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram hoje serem infundadas as acusações feitas pelas autoridades da Faixa de Gaza, enclave palestiniano controlado pelo Hamas, sobre a existência de valas comuns no Hospital Nasser, em Khan Yunis.

“As alegações de que as FDI enterraram corpos de palestinianos são completamente infundadas”, disse o Exército israelita num comunicado em que dá conta, pela primeira vez, da sua versão dos acontecimentos relatados pelas autoridades de Gaza há vários dias.

Segundo as autoridades militares israelitas, citadas pelo The Times of Israel, durante o período em que as FDI estiveram no complexo médico, examinaram os restos mortais de corpos enterrados por palestinianos “como parte dos esforços para localizar os reféns”.

De acordo com o Exército israelita, estas exumações foram “seletivas” e só foram realizadas quando houve informações concretas que indicavam que um dos reféns capturados pelo Hamas no início de outubro poderia estar enterrado na área.

As autoridades de Gaza estimam que cerca de 2.000 pessoas estão desaparecidas na sequência do ataque israelita à unidade hospitalar.

“Não se sabe se foram detidos ou se morreram e se os corpos foram escondidos”, segundo o governo de Gaza.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Em represália, Israel lançou uma ofensiva na Faixa de Gaza que já provocou mais de 34 mil mortos, de acordo com o Hamas, que controla o território desde 2007.

Últimas do Mundo

A Comissão Europeia abandonou hoje a meta de ter em 2035 só carros elétricos ou a hidrogénio, fixando-a agora nos 90%, respondendo às preocupações do setor.
A mulher do ex-presidente da Guiné-Bissau foi constituída arguida por suspeita de contrabando e branqueamento, no caso em que um homem próximo de Sissoco Embaló foi detido em Lisboa, confirmou hoje à Lusa fonte ligada à investigação.
O ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou no parlamento que o físico português Nuno Loureiro, diretor de um laboratório do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), foi hoje assassinado a tiro em Boston.
Depois de ter perdido a primeira volta, José Antonio Kast protagonizou uma reviravolta eleitoral e foi eleito Presidente do Chile, impondo uma derrota clara à candidata comunista Jeannette Jara no segundo turno das presidenciais.
A liberdade de expressão mundial caiu 10% entre 2012 e 2024, um retrocesso comparável ao ocorrido com a Primeira Guerra Mundial, alertou hoje a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Quinze pessoas morreram e pelo menos 40 ficaram feridas num ataque armado durante uma festa judaica na praia de Bondi, em Sydney, na Austrália, informou na segunda-feira a polícia estadual numa atualização do balanço de vítimas.
A plataforma de arrendamento de alojamentos turísticos Airbnb terá de pagar uma multa de 64 milhões de euros em Espanha por causa da publicação de anúncios ilegais, anunciou hoje o Governo espanhol.
A polícia australiana considerou um “ato terrorista” contra a comunidade judaica o ataque com tiros na praia de Bondi, Sydney, que causou pelo menos 12 mortos.
Pelo menos duas pessoas morreram e oito ficaram feridas com gravidade num tiroteio ocorrido no campus da Universidade Brown, nos Estados Unidos, informou o presidente da câmara de Providence.
Mais de 40% do território espanhol está num processo de degradação devido à atividade humana que pode conduzir a desertificação, segundo o primeiro "Atlas da Desertificação em Espanha", elaborado por cientistas de diversas universidades e publicado recentemente.