Ventura acusa Marcelo Rebelo de Sousa de “coação” sobre o Governo

O líder do CHEGA alegou hoje que o Presidente da República coagiu o Governo com as suas declarações sobre eventuais reparações às ex-colónias e sugeriu que PS e PSD estão contra a sua iniciativa porque concordam com essa ideia.

© Folha Nacional

“O Presidente lançou o tema das reparações dizendo o que Portugal devia fazer. Outros países vieram imediatamente pedir essas reparações. Tudo isto é culpa do Presidente da República e o Governo sentiu necessidade de vir pelo menos dizer que não está a acompanhar esse processo, logo aqui temos uma influência indevida sobre os órgãos constitucionais”, afirmou.

André Ventura falava aos jornalistas à margem de uma visita ao Mercado de Campo de Ourique, em Lisboa, quando foi questionado sobre a iniciativa que anunciou que o CHEGA vai entregar para que o Governo avance com um processo contra o Presidente da República.

O presidente do CHEGA indicou que “são vários” os crimes em que Marcelo Rebelo de Sousa pode ter incorrido.

“A traição à pátria é um crime que chama a atenção e que é quase o rótulo desta ação”, afirmou, alegando que pode também estar em causa “coação sobre órgãos constitucionais, em que um Presidente obriga o Governo a negociar basicamente estas matérias quando o Governo não o quer fazer e não é competência do Governo”.

O líder do CHEGA acrescentou que o Presidente da República “tomou funções que não são dele porque não cabe ao presidente gerir o processo de reparação, cabe ao Governo”.

Ventura ressalvou que a acusação “ainda vai ser feita” e “será completa o mais possível”.

“Terá coagido o Governo a isso também. Terá provocado noutros países a criação de interesses contrários ao interesse português”, argumentou, especificando que, “sendo o Presidente da República o chefe de Estado de todo o país, o Governo sente-se na necessidade de dar correspondência ao que está a dizer o Presidente”.

E considerou que é o executivo que terá de responder aos outros países quando pedirem reparações.

“O Presidente meteu o Governo numa embrulhada, mas sobretudo, meteu o país todo numa enorme embrulhada, e portanto tem que ser responsável por isso”, salientou.

André Ventura considerou também “curioso” que PS e PSD já se tenham manifestado contra esta iniciativa “porque não sabem quais são os argumentos ainda”, considerando que “é o sistema a proteger-se a si próprio”.

“Cada partido poderá apresentar os seus argumentos sobre se acha que isto foi um ato criminal, se acha que foi uma traição. Que PS e PSD não achem não me surpreende. Eu até admito que PS e PSD achem bem nós repararmos as antigas colónias e indemnizarmos”, disse o presidente do CHEGA.

Últimas de Política Nacional

O CHEGA voltou a bater de frente com o Governo após o novo chumbo ao aumento das pensões. O partido acusa o Executivo de “asfixiar quem trabalhou uma vida inteira” enquanto se refugia na “desculpa eterna do défice”.
O Ministério Público instaurou um inquérito depois de uma denúncia para um “aumento inexplicável” do número de eleitores inscritos na Freguesia de Guiães, em Vila Real, que passou de 576 inscritos nas legislativas para 660 nas autárquicas.
A Procuradoria-Geral da República (PGR) reconheceu hoje que foram identificadas sete escutas em que o ex-primeiro-ministro era interveniente e que não foram comunicadas ao Supremo Tribunal de Justiça "por razões técnicas diversas".
Com uma carreira dedicada à medicina e ao Serviço Nacional de Saúde, o Prof. Horácio Costa traz agora a sua experiência para a política. Médico desde 1978, especialista em Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Estética, fundador do único serviço europeu com três acreditações EBOPRAS e professor catedrático, Costa assume o papel de ministro-sombra da Saúde pelo CHEGA com a mesma dedicação que sempre marcou a sua carreira. Nesta entrevista ao Folha Nacional, o Prof. Horácio Costa fala sobre os principais desafios do SNS, a falta de profissionais de saúde, a reorganização das urgências e a valorização dos trabalhadores.
A conferência de líderes marcou hoje para 19 de dezembro as eleições dos cinco membros do Conselho de Estado, três juízes do Tribunal Constitucional e do Provedor de Justiça, sendo as candidaturas apresentadas até 12 de dezembro.
O grupo parlamentar do CHEGA/Açores enviou hoje um requerimento à Assembleia Legislativa Regional a pedir esclarecimentos ao Governo dos Açores na sequência da anunciada saída da Ryanair da região.
A Comissão de Assuntos Constitucionais chumbou a iniciativa do CHEGA para impedir financiamento público a mesquitas, classificando-a de inconstitucional. Ventura reagiu e avisa que Portugal “está a fechar os olhos ao radicalismo islâmico até ser tarde demais”.
O ex-presidente da Câmara de Vila Real Rui Santos está acusado pelo Ministério Público (MP) de prevaricação, num processo que envolve mais cinco arguidos e outros crimes como participação económica em negócio e falsas declarações.
André Ventura disparou contra PS e Governo, acusando-os de manter um Orçamento “incompetente” que continua a “sacar impostos” aos portugueses. O líder do CHEGA promete acabar com portagens, subir pensões e travar financiamentos que considera “absurdos”.
O Parlamento começa esta quinta-feira a debater e votar o Orçamento do Estado para 2026 (OE2026) na especialidade, numa maratona que se prolonga por cinco dias e culmina com a votação final global a 27 de novembro.