“Vamos ter mais deputados”, afirmou, no decurso de uma visita à Casa de Saúde São João de Deus, no Funchal, inserida na campanha para as eleições legislativas antecipadas de domingo.
O dirigente nacional encontra-se na região desde terça-feira e vai participar até sexta-feira em ações de campanha da candidatura, encabeçada por Miguel Castro, também líder do partido e do grupo parlamentar na região, composto por quatro deputados.
“O CHEGA quer tornar-se decisivo na governação da Madeira, deixando claro que não fará nenhum acordo com o PSD de Miguel Albuquerque”, disse e vincou: “Isto não quer dizer que o CHEGA, para transformar a vida de quem vive na Madeira e no Porto Santo, não queira, como tem dito o Miguel Castro e a equipa do CHEGA/Madeira, ter um peso decisivo”.
André Ventura está confiante que o partido passará a ser uma das “principais forças políticas” do arquipélago e insistiu que não fará qualquer acordo com Miguel Albuquerque, cabeça de lista social-democrata, também presidente demissionário do executivo PSD/CDS-PP, em gestão desde fevereiro.
Ventura explicou que o CHEGA entende ser “errado” que Miguel Albuquerque seja candidato nestas eleições, considerando que “não tem as condições éticas necessárias” e que “não vai garantir o combate à corrupção”, podendo até ser um “entrave nesse combate”.
Em relação à visita à Casa de Saúde de São João de Deus, um estabelecimento de referência na área da psiquiatria, saúde mental, tratamento de toxicodependências e reabilitação psicossocial no arquipélago, gerido pela Ordem Hospitaleira, André Ventura alertou para a “política de laxismo em relação às drogas”.
“Nós vamos pelo centro do Funchal e vemos toxicodependentes a toda a hora, deixados ao abandono na rua, alguns a cometer crimes, outros no meio da rua, isto é assim, talvez vá chocar algumas pessoas, mas é a verdade”, disse, afirmando que o partido pretende “reverter a legalização massiva de drogas”.
As legislativas da Madeira decorrem com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo eleitoral único: ADN, BE, PS, Livre, IL, RIR, CDU (PCP/PEV), CHEGA, CDS-PP, MPT, PSD, PAN, PTP e JPP.
As eleições antecipadas ocorrem oito meses após as mais recentes legislativas regionais, depois de o Presidente da República ter dissolvido o parlamento madeirense, na sequência da crise política desencadeada em janeiro, quando o líder do Governo Regional (PSD/CDS-PP), Miguel Albuquerque, foi constituído arguido num processo em que são investigadas suspeitas de corrupção.
Em setembro de 2023, a coligação PSD/CDS venceu sem maioria absoluta e elegeu 23 deputados. O PS conseguiu 11, o JPP cinco, o CHEGA quatro, enquanto a CDU, a IL, o PAN (que assinou um acordo de incidência parlamentar com os sociais-democratas) e o BE obtiveram um mandato cada.