Primeiro-ministro português afasta “reconhecimento unilateral” do estado da Palestina

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, considerou hoje, em Berlim, que Portugal não está em condições de reconhecer unilateralmente o estado da Palestina e reiterou a defesa de uma “solução política de dois estados”.

© Folha Nacional

“Portugal votou favoravelmente na Assembleia Geral das Nações Unidas o reconhecimento da Palestina como membro de pleno direito desta organização (…) Relativamente a reconhecimentos unilaterais, nós não estamos em condições de o fazer, não o vamos fazer nesta oportunidade, e aguardaremos uma discussão de aprofundamento deste assunto na União Europeia”, frisou o líder do governo português.

O primeiro-ministro português chegou à Chancelaria Federal às 11:30 da manhã (menos uma hora em Portugal continental) e foi recebido pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, com honras militares. A integrar a comitiva portuguesa esteve também Paulo Rangel, ministro dos Negócios Estrangeiros português.

O conflito no Médio Oriente foi um dos temas em cima da mesa, revelando o primeiro-ministro que Portugal tem preconizado uma “solução política de dois estados”, Israel e Palestina, e considerando urgente que seja desbloqueada a ajuda humanitária.

“É um imperativo de humanidade aquele que hoje está diante de todos para que a ajuda possa chegar”, acrescentou.

Olaf Scholz também defendeu uma “solução negociada”, garantindo que a Alemanha “não vai reconhecer o estado palestiniano agora porque não há fronteiras definidas”.

“A prioridade é termos um cessar-fogo e o compromisso dos dois lados de que este será cumprido”, apontou o chanceler alemão.

Questionado sobre o pedido de mandado de detenção feito pelo procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) contra líderes do Hamas e governantes israelitas, Montenegro revelou não querer pronunciar-se sobre um caso concreto.

“Os mandatos são para cumprir, aguardarmos as decisões e dar-lhe-emos a devida sequência”, concretizou.

A visita oficial à Alemanha foi a segunda realizada por Luís Montenegro desde que é primeiro-ministro, tendo a primeira sido em Espanha, com um encontro com o presidente do governo espanhol, Pedro Sanchez.

Últimas de Política Nacional

O partido CHEGA vai realizar uma manifestação “contra o travão à Lei de Estrangeiros” no próximo dia 6 de setembro, pelas 15h00, com início no Centro de Congressos de Lisboa e término no Palácio de Belém. A iniciativa tinha sido inicialmente marcada para 24 de agosto, mas foi adiada em solidariedade com as vítimas dos incêndios que devastaram o país.
O CHEGA afirmou hoje que o Governo pretende adiar para outubro a aprovação final da revisão da lei da nacionalidade, dando prioridade ao processo para sanar as inconstitucionalidades apontadas pelo Tribunal Constitucional na lei de estrangeiros.
A Câmara Municipal da Amadora, presidida pelo socialista Vítor Ferreira, adjudicou, por ajuste direto, uma obra de cimento de oito toneladas para celebrar Mário Soares ao artista urbano Alexandre Farto, conhecido como Vhils, pelo valor de 246 mil euros. A obra terá 2,5 metros de altura e cinco de comprimento, e será instalada na Praça da Liberdade, segundo revelou o jornal PÁGINA UM.
O Governo começa hoje a receber os partidos com assento parlamentar para discutir o Orçamento do Estado para 2026, o conflito no Médio Oriente, a lei da nacionalidade e dos estrangeiros e a criação de novas freguesias.
O CHEGA propõe aumentar as penas para quem for condenado por atear fogos florestais, prevendo a possibilidade de aplicação da pena máxima prevista no sistema português e a sua equiparação a terrorista.
A Câmara da Lousã aprovou hoje uma proposta de isenção de faturas de água para os cidadãos, empresas e coletividades com consumos extraordinários face ao combate ao incêndio que afetou aquele concelho.
O CHEGA vai questionar o primeiro-ministro e a Entidade para a Transparência, através do parlamento, sobre a oposição de Luís Montenegro ao acesso público de informação sobre imóveis que declarou, anunciou hoje o líder.
O líder do partido CHEGA, André Ventura, disse ontem que quer um Orçamento do Estado para 2026 que “reflita uma mudança de espírito de política de habitação” e propôs algumas medidas.
Vários partidos do sistema, nomeadamente o PS e o VOLT, estão empenhados em tentar impedir a presença do CHEGA nas próximas eleições autárquicas.
O Chega quer proibir a exploração económica das áreas ardidas durante 10 anos e a venda de madeira queimada, aumentar as penas para os incendiários e a criação de um fundo de apoio às famílias dos bombeiros.