CHEGA arranca campanha a defender mais controlo da “imigração”

O CHEGA arrancou hoje a campanha eleitoral para as eleições europeias no sudoeste alentejano, defendendo maior controlo à imigração e a priorização de estrangeiros que falem português e partilhem a "matriz cultural".

© Folha Nacional

Em declarações aos jornalistas em Vila Nova de Milfontes, no concelho de Odemira, distrito de Beja, o presidente do CHEGA disse que não foi uma coincidência a escolha do local para arrancar a campanha e que o partido quer “colocar o tema da imigração e da imigração descontrolada nos grandes debates”.

Nas eleições legislativas de janeiro, o CHEGA venceu nesta freguesia, inserida numa região onde muitos imigrantes estão a trabalhar para empresas agrícolas.

André Ventura reconheceu que “há imigração que faz falta”, mas criticou o regime de entrada, que classificou como “absurdo”.

“O que não pode acontecer é pessoas chegarem a Portugal sem saber para onde é que vão, sem saber para que setor vão trabalhar, sem terem casa e sem terem absolutamente nada. […] Não podemos continuar a deixar pessoas chegar sem terem contrato de trabalho ou pelo menos uma promessa de contrato de trabalho”, alegou.

Ventura defendeu um maior controlo e limites à entrada de estrangeiros em Portugal, nomeadamente com a definição de quotas consoante “os setores profissionais onde faz falta imigração”.

Na opinião do CHEGA, deve ser dada prioridade aos imigrantes que falem português e com a mesma “matriz cultural”, e não a “qualquer pessoa que venha do Paquistão, do Bangladesh ou da Índia”.

“E quem estiver ilegal em Portugal tem de ser devolvido ao seu país de origem”, defendeu.

O presidente do CHEGA afirmou que esta zona é “particularmente problemática”, sustentando que em Vila Nova de Milfontes “metade da população já é migrante e em Odemira, o concelho, um terço da população é migrante”.

O líder do CHEGA disse existir também uma “sensação de insegurança, sobretudo para com as mulheres” e “um receio de sair à rua”, mas não apresentou dados concretos que o justifiquem, referindo ter por base a “perceção” junto da população local.

André Ventura acompanhou hoje os candidatos do CHEGA às eleições europeias. Também em declarações aos jornalistas, o cabeça de lista, António Tânger Corrêa, disse subscrever as afirmações do líder e recusou a ideia de limitar o acesso ao espaço Schengen apenas a cidadãos europeus, considerando ser “impossível do ponto de vista legal”.

“Nós os dois somos um, ele é presidente, eu sou vice-presidente. É evidente que, sendo eu uma figura menos conhecida do que os meus adversários, porque um diplomata não deve ser conhecido como é um político ou um comentador de televisão, é evidente que não vou desperdiçar os créditos que o meu presidente tem como figura conhecida em Portugal”, indicou, recusando qualquer incómodo por ter Ventura a seu lado.

Foram muito poucos aqueles com quem a caravana do CHEGA se cruzou nesta volta de poucas centenas de metros. O presidente do partido e os candidatos entraram numa lavandaria inserida num centro comercial onde existem também negócios de imigrantes, como uma mercaria ou um restaurante de ‘kebab’.

A proprietária, que disse ter sido abordada por alguém do partido antes da chegada da comitiva, queixou-se de insegurança e de ser vítima de ameaças por parte de estrangeiros, mas não quis concretizar, recusando responder à maioria das perguntas dos jornalistas.

Na ocasião, o presidente do CHEGA foi questionado sobre a integração no grupo europeu Identidade e Democracia (ID) e uma possível mudança, mas recusou responder.

“Sobre a questão da composição dos grupos, teremos muito tempo para falar sobre isso. Como é sabido, está a haver uma reordenação da direita europeia, mas esse é um debate para depois das eleições europeias” e que “e que está a ser tratado nos bastidores”, disse, recusando comentar também a polémica com o partido alemão AfD, indicando estar focado “nos portugueses”.

Últimas de Política Nacional

Os deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as responsabilidades políticas e de gestão do INEM decidiram hoje ouvir dois familiares das vítimas mortais associadas a atrasos no atendimento durante a greve do ano passado.
O presidente do CHEGA, André Ventura, considerou hoje que o Presidente da República quer atrasar a entrada em vigor da Lei de Estrangeiros por não concordar com as alterações a esta legislação.
O presidente do CHEGA, André Ventura, acusou hoje o PS de ser um “partido vendido”, depois de os socialistas anunciarem que irão abster-se na votação da proposta de Orçamento do Estado para 2026 e assim permitir a sua aprovação.
O Governo desconhece, não utiliza e não sabe onde está a aplicação 'Tagline' — uma plataforma de comunicação interna financiada com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), que custou 1,6 milhões de euros.
O Parlamento aprovou esta quarta-feira, por unanimidade, um requerimento para ouvir Helena Borges, diretora-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT), que irá prestar esclarecimentos sobre a cobrança de impostos relacionados com as barragens.
O parlamento aprovou hoje, na especialidade, uma proposta de lei do Governo que cria um regime de grupos de IVA para os grupos económicos consolidarem os valores do imposto a pagar ou a recuperar junto do Estado.
A medida já está em marcha e promete acabar com os apoios a quem vive do Sistema sem contribuir.
No voto antecipado realizado a 5 de outubro, foi identificado um erro num dos boletins referentes à eleição da Assembleia de Freguesia de São Domingos de Benfica: o nome do partido CHEGA surgia sem o quadrado onde os eleitores deveriam assinalar a sua opção de voto.
Fernando Ferreira Marques (PSD) adjudicou por ajuste direto um contrato de prestação de serviços jurídicos à sociedade Marques Batista & Associados. Esta firma foi fundada por Joana Marques Batista, que integra o executivo da Junta, assumindo o pelouro jurídico e exercendo funções como vogal-secretária.
O CHEGA foi o partido que mais cresceu nas Autárquicas 2025, conquistando 13 juntas de freguesia em várias regiões do país. As vitórias estendem-se do Algarve à Madeira, incluindo freguesias populosas como a Quinta do Conde.