Ventura apoia reconfiguração dos grupos políticos europeus à direita

O presidente do CHEGA, André Ventura, mostrou-se hoje favorável a uma reconfiguração da direita radical no Parlamento Europeu, nomeadamente com a fusão dos grupos Identidade e Democracia e Conservadores e Reformistas Europeus.

© Folha Nacional

“Nós não nos oporemos a que haja uma reconfiguração destes grupos, mas esse não é um tema para agora porque neste momento nós não sabemos. Sabemos que há ou poderão existir conversas, mas Itália e França não definiram sozinhas estes grupos. Portugal terá um papel a dizer, a Holanda terá um papel a dizer, a Alemanha poderá ou não ter um papel a dizer e a desempenhar”, assinalou.

O líder do CHEGA falava aos jornalistas antes de uma arruada em Elvas, distrito de Portalegre, ao lado do cabeça de lista do partido às eleições europeias, e foi questionado sobre o apelo de Viktor Órban, líder do partido húngaro Fidesz, para que Marine Le Pen e Giorgia Meloni trabalhem em conjunto formar “um único grupo ou coligação, para serem uma força na Europa”. A francesa integra o grupo político Identidade e Democracia (ID), onde o CHEGA se insere, e a italiana o Conservadores e Reformistas Europeus (ECR).

“Eu gostaria que a direita europeia pudesse ter uma configuração maioritária no Parlamento Europeu. Se para isso for necessário construir pontes entre, sobretudo, a direita francesa e italiana que nos leve a derrotar o socialismo no Parlamento Europeu e possa impedir Von der Leyen de ser reconduzida, então eu acho que é uma boa notícia e uma boa decisão, e o CHEGA certamente contribuirá para o aprofundar dessa decisão e dessa maioria”, afirmou.

O líder do CHEGA defendeu que a direita precisa de “um grupo forte, mais forte do que agora”, mas ressalvou que “esse é um tema para depois” das eleições europeias de 09 de junho.

“Tudo o que contribuir para a não recondução de Von der Leyen, para o fim da corrupção na União Europeia e para o fim desta imigração descontrolada, podem ter a certeza que o António Tânger estará na primeira linha dessa luta, com todos os seus deputados”, indicou.

André Ventura assinalou que a última convenção do Vox, na semana passada em Madrid e na qual participaram partidos dos dois grupos, “já foi um sinal político”.

Sobre as negociações, o presidente do CHEGA disse que o seu partido “não só participa, como tem um papel decisivo”.

Confrontado com declarações do cabeça de lista, que disse que o partido “está a assistir de bancada” às negociações das famílias da direita radical na Europa, Ventura disse que “o CHEGA neste momento não está no Parlamento Europeu, tem de assistir de bacada nesse aspeto”.

“O CHEGA é hoje o partido, arrisco-me a dizer, mais importante do ID, modéstia aparte naturalmente”, afirmou.

Questionado se o CHEGA poderá mudar de família política e passar a integrar o ECR, escusou-se a responder: “Não é uma questão a que queira responder agora”.

Últimas de Política Nacional

Luís Marques Mendes está no centro de uma nova polémica depois de, no debate presidencial, ter afirmado que o CHEGA “passa a vida a ter propostas inconstitucionais, como a pena de morte”, uma falsidade evidente.
A estrutura concelhia do CHEGA em Vila Nova de Famalicão refere que o vereador do partido vai levar à reunião de Câmara uma proposta para tornar gratuito o estacionamento público no centro da cidade entre 13 de dezembro e 6 de janeiro.
O Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) pediu hoje a demissão da ministra da Administração Interna, considerando que Maria Lúcia Amaral é "incapaz de assegurar a estabilidade" das polícias, e alertou para "protestos massivos" como os de 2024.
Uma petição que exige o fim da atribuição de dinheiros públicos para a construção de mesquitas tornou-se viral e já reúne milhares de assinaturas, dias depois da proposta do CHEGA com o mesmo objetivo ter sido chumbada no Parlamento.
A sociedade de advogados Sérvulo & Associados, onde o ex-ministro social-democrata Rui Medeiros é uma das figuras mais proeminentes, está a atravessar um período de forte crescimento no volume de contratos públicos, especialmente desde a chegada de Luís Montenegro ao Governo.
José Sócrates, antigo primeiro-ministro socialista e arguido na Operação Marquês, enviou às redações os bilhetes de duas viagens que realizou recentemente aos Emirados Árabes Unidos, numa tentativa de demonstrar ao tribunal que não ultrapassou o limite de cinco dias consecutivos de permanência no estrangeiro, condição que o obrigaria a comunicar previamente qualquer deslocação ao Ministério Público.
A escolha de Luís Marques Mendes para mandatário da Cultura, Diversidade e Inclusão está a gerar críticas. Dino d’Santiago, o músico que o candidato considera “a pessoa magnífica e mais indicada” para o cargo, volta a estar no centro da polémica. Desta vez não apenas pelas declarações em que defendeu a substituição do hino nacional, mas também pelo historial de financiamentos públicos que envolveram 1,6 milhões de euros.
A deputada socialista Eva Cruzeiro teve a sua assinatura adulterada na reunião da Comissão de Assuntos Constitucionais, surgindo no livro de presença o nome “Evita Perón” no espaço que está destinado à sua assinatura.
O CHEGA voltou a apontar baterias ao Governo, acusando o executivo de ter agravado o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) logo após a aprovação do Orçamento do Estado.
Joaquim Pinto Moreira, antigo presidente da Câmara de Espinho e ex-deputado do PSD, decidiu avançar com um processo de difamação contra André Ventura depois do candidato presidencial apoiado pelo CHEGA ter afirmado publicamente que o ex-autarca “enriqueceu à custa do dinheiro público”.