O presidente do CHEGA , André Ventura, insistiu esta sexta-feira que a eleição de António Costa como presidente do Conselho Europeu é uma “má escolha para a Europa”, sustentando que o ex-primeiro-ministro tem uma “visão errada” em várias áreas.
“Nós entendemos, e continuamos a entender, que é uma má escolha para a Europa, é uma má escolha para o mundo, e não podemos compreender como é que, se António Costa era uma má opção para Portugal, se era uma má escolha para Portugal, pode ser uma boa opção para a Europa e, sendo presidente do Conselho Europeu, para o mundo”, afirmou.
André Ventura falava aos jornalistas na Assembleia da República, depois de na quinta-feira à noite o ex-primeiro-ministro português ter sido eleito pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia presidente do Conselho Europeu.
O líder do CHEGA afirmou que, “politicamente, é um mau dia para a Europa”.
“Não o deixarei de dizer só porque António Costa é português. A Europa, com António Costa e com Úrsula von der Leyen, vai ficar ainda pior do que já estava”, defendeu.
“António Costa tem uma visão errada em termos de combate à corrupção, em termos de segurança, em termos de justiça e em termos de política diplomática”, criticou.
O líder do CHEGA disse que não podia estar “mais distante daquilo que entende António Costa que deveria ser o projeto europeu” e disse que preferiria que a escolha recaísse sobre “alguém que tivesse as ideias certas”.
Ventura acusou Costa de ter sido “um desastre a nível militar em Portugal” e que a nível diplomático “aproximou-se dos piores exemplos do mundo”.
André Ventura considerou também “um contrassenso que partidos antissocialistas esta sexta-feira possam estar a apoiar, como acontece com os liberais e com os sociais-democratas, António Costa para o Conselho Europeu” quando “andaram durante oito anos a dizer que era péssimo primeiro-ministro, um fracasso de governação”.
Ainda assim, o líder do CHEGA saudou o ex-primeiro-ministro socialista pela eleição, “pessoalmente, e não politicamente”, e desejou-lhe felicidades no desempenho do cargo, “por se tratar de “uma vitória para ele”.
O presidente do CHEGA considerou que quando se trata do “exercício de funções políticas importantes de relevo, como é o caso do presidente do Conselho Europeu, o que está em causa muito mais do que a pessoa ou a sua cor partidária, são as políticas que defende”.
O ex-primeiro-ministro português António Costa foi eleito na quinta-feira à noite pelos chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) presidente do Conselho Europeu para um mandato de dois anos e meio e toma posse em 1 de dezembro de 2024.
No Conselho Europeu, os líderes da UE propuseram também Ursula von der Leyen para um segundo mandato à frente da Comissão Europeia e nomearam a primeira-ministra da Estónia, Kaja Kallas, para alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança. Ambas terão de sujeitar-se à votação no Parlamento Europeu.
António Costa será o primeiro português e o primeiro socialista à frente do Conselho Europeu.
Apesar da demissão de primeiro-ministro em 2023 na sequência de investigações judiciais, Costa foi escolhido para suceder ao belga Charles Michel (no cargo desde 2019) na liderança do Conselho Europeu, que junta os chefes de Governo e de Estado da União Europeia.