Em Portugal, as principais televisões e produtoras de notícias alegam uma postura de neutralidade política. Diferentemente dos Estados Unidos da América, onde as principais redes televisivas declaram abertamente suas preferências partidárias, as televisões portuguesas proclamam uma imparcialidade que, na prática, não se verifica. Desde 1976, o poder político tem sido alternado principalmente entre dois partidos, o que resultou numa divisão de quotas e numa distorção do verdadeiro pluralismo democrático.
Hoje, com o surgimento do CHEGA como uma terceira força democrática significativa, vemos um medo instaurado nas redações das televisões. Programas de debate na SIC e SIC Notícias frequentemente dão voz e espaço a partidos minoritários da extrema-esquerda, enquanto ignoram ou marginalizam a representatividade do CHEGA, apesar de ser um partido em franco crescimento. Nunca na história do sistema parlamentar português viu-se uma força emergente como a do CHEGA, e a reação dos meios de comunicação demonstra claramente o receio deste crescimento.
Estudos como os de Broockman e Kalla nos Estados Unidos revelam que as escolhas editoriais podem moldar significativamente a percepção pública. Em Portugal, testemunhamos diariamente uma filtragem de cobertura partidária nas principais televisões, onde as informações são selecionadas e apresentadas de forma a favorecer o status quo dos partidos tradicionais, enquanto a voz do CHEGA é sistematicamente suprimida.
Esta situação é exacerbada pela falta de defensores apartidários nos programas de comentário e análise. Os supostos comentadores imparciais frequentemente demonstram uma parcialidade evidente, defendendo partidos tradicionais e criticando o CHEGA sem que haja representantes do partido presentes para responder ou se defender. Isto não só desvirtua o princípio de neutralidade, mas também impede que os eleitores recebam uma visão completa e equilibrada do cenário político.
Os meios de comunicação têm um papel crucial na formação da opinião pública e na consolidação da democracia. No entanto, em Portugal, a manipulação mediática e a falta de representação justa do CHEGA nos canais de televisão comprometem a integridade do processo democrático. A população tem o direito de ser informada de maneira equitativa sobre todas as forças políticas, especialmente aquelas que representam uma parcela crescente do eleitorado.
O medo do crescimento do CHEGA é palpável, e as televisões têm agido como guardiões do status quo, tentando evitar a todo custo que a voz do partido chegue ao público. Esta atitude é um desrespeito aos princípios democráticos e uma negação do direito à informação dos portugueses. É imperativo que se promova um verdadeiro pluralismo nos meios de comunicação, garantindo que todas as vozes, incluindo as do CHEGA, sejam ouvidas e debatidas com justiça e transparência.
Em resumo, a suposta neutralidade das televisões portuguesas é uma falácia que esconde uma parcialidade profunda e prejudicial à democracia. O crescimento do CHEGA deve ser tratado com o mesmo respeito e atenção que qualquer outra força política, e os meios de comunicação devem cumprir o seu papel de informar de maneira justa e equilibrada, contribuindo assim para um Portugal verdadeiramente democrático e pluralista.